terça-feira, abril 11, 2017

HOMELAND – A SEXTA TEMPORADA COMPLETA (Homeland – The Complete Sixth Season)























Ontem à noite estava comentando com um amigo que eu veria a season finale da sexta temporada de HOMELAND (2017) e ele perguntou, em tom de brincadeira: "essa série existe ainda?". Pois é. Há séries que com o tempo perdem o frescor, a relevância e o próprio público, por causa de algumas temporadas pouco inspiradas que acabam por espantar a própria audiência e não conseguir ganhar uma nova. Mesmo assim, HOMELAND está garantida para mais duas temporadas. Talvez por ser um dos maiores destaques atualmente do canal Showtime.

E falando em relevância, por mais que a série tenha caído de qualidade desde a terceira ou até mesmo a segunda temporada, não dá pra dizer que ela não esteja em sintonia com os momentos em que vivemos. Na temporada passada, por exemplo, que se passava na Alemanha, alguns episódios discutiam a questão política da Síria, que até está mais agravante atualmente.

Mas, quando menos se esperava, os roteiristas souberam aproveitar, dessa vez, o momento político nos próprios Estados Unidos, agora comandados por um homem tão perigoso quanto louco. Nesta sexta temporada, o que temos é uma presidenta que acabou de ser eleita. Uma mulher, algo inédito ainda nos Estados Unidos. Não dá para contar a relação entre essa presidenta e o Trump, sob o risco de estragar a surpresa da season finale.

Mas o que mais importa é que Carrie Mathison (Claire Danes) continua sendo uma personagem bem carismática, por mais que os roteiristas já tenham feito a moça de gato e sapato. Até assassina fria e manipuladora de drones ela foi, na ótima quarta temporada. Agora ela está mais tranquila, fora da CIA e cuidando da filha pequena, mas sofre com a culpa por ser responsável pelas sequelas que Peter Quinn (Rupert Friend) guarda, por ocasião de um ato dela na temporada passada.

A sexta temporada vai conquistando o espectador aos poucos, à medida que vai se afastando do drama do jovem islamita que é preso pelo governo americano por seus vídeos de conteúdo perigoso. Quando a série passa a se concentrar em Claire, em Quinn, na presidenta eleita Elizabeth Keane (Elizabeth Marvel) e em Saul (Mandy Patinkin), mesmo que isoladamente, nota-se uma dinâmica admirável na condução da trama de suspense e de intriga de espionagem. O que foi bastante perigoso foi elevar o nível de vilania de Dar Adal (F. Murray Abraham), que até então era um personagem que parecia trafegar muito bem nos limites do bem e do mal.

Ainda assim, eles ainda brincam com os tons de cinza (ou de muito escuro) desse personagem perto do final, que conta com uma excelente cena de tensão envolvendo uma tentativa de assassinato à Presidenta Keane. E ainda deixaram um belo gancho para a temporada vindoura. Nada mal para uma série irregular e que começou uma nova temporada de maneira fria e pouco atraente.

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