quarta-feira, janeiro 04, 2017

THE BLACKCOAT'S DAUGHTER / FEBRUARY























Cada vez mais tem sido uma tarefa hercúlea encontrar os verdadeiramente bons filmes de horror. Se bem que, de certa forma, já foi pior, já que, por mais que o circuito não tenha trazido os melhores exemplares do gênero, há a possibilidade de encontrá-los através da internet e graças a dicas valiosas de amigos ou gente que escreve para sites especializados. Quando só tínhamos as fitas VHS e algumas obras vistas como inferiores por uma certa elite da crítica era mais complicado, por mais que as pessoas hoje romantizem essa época.

Um belo exemplar contemporâneo do gênero que pode ser encontrado por aí é THE BLACKCOAT'S DAUGHTER (2015), filme que chegou a passar primeiro em festivais com o título de FEBRUARY, que, aliás, ainda é o título que aparece nos créditos iniciais. Trata-se de um filme com uma trama relativamente intrincada envolvendo três jovens: Joan (Emma Roberts), Rose (Lucy Boynton) e Kat (Kiernan Shipka). Os pontos de vista das três histórias são dessas três moças, mas a narrativa mantém um bom distanciamento, através de elipses, uma montagem estranha e pequenas pistas que são deixadas para a história final. Tudo contado de maneira bem lenta e climática e com uma trilha sonora de fundo que lembra um pouco a do cinema de David Lynch.

O filme também é honesto em não se apegar a sustos fáceis, mas a uma atmosfera de mistério, ligado ao sobrenatural, com uma história envolvendo uma possessão demoníaca. A maior parte da trama se passa em uma escola católica para garotas e nela estudam as jovens Rose (bom demais ver a Lucy Boynton poucos dias depois de tê-la visto em SING STREET - MÚSICA E SONHO) e Kat. É fim de ano letivo e preparação para o recesso escolar, mas as duas garotas ficam na escola quase vazia por um motivo: seus pais não vêm ou chegarão com certo atraso.

Em paralelo, somos apresentados a Joan, uma jovem que está sozinha em uma parada de ônibus e é ajudada por um homem que lhe oferece carona. Ela parece ter medo desse homem, desconfia de seus gestos bondosos. Sabemos muito pouco dessa personagem, mas de vez em quando o filme nos oferece alguns flashes, que ficarão claros no terceiro, ótimo e horrendo ato.

Oz Perkins, é filho do lendário Anthony Perkins, o eterno Norman Bates, de PSICOSE, e este é o seu primeiro filme como diretor. Seu segundo trabalho, I AM THE PRETTY THING THAT LIVES IN THE HOUSE (2016), já estreou nos Estados Unidos e traz novamente Lucy Boynton no elenco. Pelo que a crítica anda dizendo por aí é mais um exercício de construção de horror através de pura atmosfera. Acho pouco provável que chegue aos cinemas brasileiros, mas é o caso de ficar de olho.

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