segunda-feira, janeiro 30, 2017

RESIDENT EVIL 6 – O CAPÍTULO FINAL (Resident Evil – The Final Chapter)























Uma das vantagens de RESIDENT EVIL 6 – O CAPÍTULO FINAL (2016) é o fato de ser o último filme da série. Chega a ser um alívio na verdade. Interessante como filmes ruins se tornam imensamente piores quando vistos numa tela gigante IMAX. É como se todos os seus defeitos ficassem ainda maiores, mais nítidos, mais incômodos. Foi assim no ano passado com coisas como INDEPENDENCE DAY – O RESSURGIMENTO, INFERNO – O FILME e ESQUADRÃO SUICIDA. Mas falemos desta franquia, que, graças aos céus, está se despedindo.

Um dos atrativos da cinessérie e um dos motivos de ela ter rendido tantas sequências não vem apenas dos lucros e da insistência de seu criador, diretor e roteirista, Paul W.S. Anderson, mas também de um fetiche que esteve na moda nos últimos anos (ou talvez ainda esteja, mesmo com o patrulhamento dando em cima): o fetiche das mulheres bonitas em trajes colantes segurando armas e lutando lindamente contra monstros ou zumbis. Isso é algo que já vem de muitos anos, tanto no cinema quanto dos quadrinhos. A série Resident Evil, oriunda dos games de sucesso, soube aproveitar bem isso, apesar de ser bastante irregular.

Mas, mesmo com essa irregularidade, todos os filmes anteriores tinham um ou outro componente interessante que compensava a ida aos cinemas. O primeiro filme, RESIDENT EVIL – O HÓSPEDE MALDITO (2002), introduziu os personagens e a trama de maneira muito feliz, trazendo elementos de horror e ação empolgantes. Foi a primeira vez que vimos os cães bizarros e foi a sua utilização mais eficiente.

Os filmes seguintes apostaram em outras mulheres bonitas. Além da onipresente Milla Jovovich, como Alice, atrizes muito interessantes passaram pela franquia: Michelle Rodriguez, no primeiro e quinto filmes; Sienna Guillory, de RESIDENT EVIL 2 – APOCALIPSE (2004) e também no quinto filme; Ali Larter em RESIDENT EVIL 3 – A EXTINÇÃO (2007) e em outras sequências, inclusive no capítulo final.

Além da beleza das atrizes e de seu protagonismo, podemos lembrar de alguns momentos felizes da cinessérie, como a homenagem a OS PÁSSAROS, de Hitchcock, no terceiro filme; ou a excelente utilização de efeitos 3D digitais em RESIDENT EVIL 4 – O RECOMEÇO (2010), até hoje visto por muitos como um dos melhores usos dessa tecnologia no cinema. Sem falar que todos os outros filmes conseguem manter-se bem como entretenimento puro e simples, embora esquecíveis.

Infelizmente nada disso acontece em RESIDENT EVIL 6 – O CAPÍTULO FINAL. Os cenários não passam o mínimo senso de realismo ou beleza, a areia do deserto não parece areia, o roteiro, que nunca foi algo forte na cinessérie, aqui se mostra como um elemento ainda mais desleixado. Trata-se apenas da revanche de Alice contra a corporação Umbrella Corporation, agora com a ajudinha de um cérebro eletrônico.

Cenas que poderiam ser impactantes de alguma maneira, como a cena do tanque, em que Alice é arrastada e amarrada com as mãos e perseguida de perto por uma multidão de zumbis, não conseguem despertar a mínima empolgação. A apatia, que já se manifestava em alguns outros filmes da franquia, agora é o sentimento que toma conta do filme como um todo. Tudo é ruim: diálogos, cenas de ação, cenários, fotografia escura, efeitos 3D vagabundos, personagens desinteressantes e conclusão apressada e nada criativa. A única sensação boa, enquanto o filme se arrastava por suas quase duas horas de duração, era de que se tratava do fim da franquia. Mas que pena que tenha terminado de maneira tão infeliz.

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