quarta-feira, janeiro 18, 2017

MOZART IN THE JUNGLE – A TERCEIRA TEMPORADA COMPLETA (Mozart in the Jungle – The Complete Third Season)























Às vezes é preciso arriscar, sair da zona de conforto, até para não se repetir, mesmo que isso signifique mexer em time que está ganhando. As duas primeiras temporadas de MOZART IN THE JUNGLE são pequenos bálsamos para nosso espírito. Cada episódio nos enchia de amor por aqueles personagens, em especial Hailey (Lola Kirke) e Rodrigo (Gael García Bernal), que formam uma espécie de casal destinado a ter um filho juntos um dia, segundo leu na borra de café a avó de Rodrigo.

Mas histórias de amor funcionam bem quando esses dois elementos são distanciados. E a série sabe fazer isso muito bem, muito embora a relação dos dois dê uma esfriada até demais na primeira parte dessa terceira temporada (2016), que se passa em Veneza, quando Rodrigo viaja com o objetivo de conduzir uma apresentação de uma famosa soprano que esteve afastada dos palcos por uma série de motivos de ordem psicológica. Essa mulher é Alessandra, vivida por Monica Bellucci.

A escalação de Bellucci não deixou de ser animadora, mas infelizmente isso acaba fazendo mais mal do que bem para a série, já que os episódios ficam frouxos, a personagem da soprano é um tanto quanto caricata e o humor acaba não funcionando em diversos momentos. Alessandra é uma mulher assustadora e Rodrigo está em maus lençóis ao não saber direito o que quer da vida e fazendo promessas de amor que sabe que não vai cumprir. Pelo menos o quinto episódio, que é a despedida dessa fase em Veneza é muito bom, com a participação especial de Plácido Domingo, interpretando ele mesmo. Emocionante.

O retorno de Rodrigo para sua orquestra, que está em greve, nos Estados Unidos, não deixa de ser um alívio, pois a série volta a ser o que era antes. E isso é muito bom, muito embora os episódios demorem um pouco para engrenar. Os produtores e roteiristas até inventam um episódio experimental, uma espécie de mockumentary com a sinfônica tocando em uma penitenciária, mas acaba sendo o episódio mais chato de toda a série.

A terceira temporada também se destacou por mostrar Thomas (Malcolm McDowell), o velho maestro, como um sujeito muito mais simpático e agradável. Acaba entrando para o rol dos queridos da série, junto com Cinthia (a bela Saffron Burrows), que passa por uma situação delicada de saúde nesta temporada, depois de tanto sofrer de dores nos tendões e de temer ter que abandonar o violoncelo.

Os últimos episódios trazem de volta o amor que fez de MOZART IN THE JUNGLE uma das séries mais queridas e menos vistas por um grande púbico dos últimos tempos – eu, pelo menos, não tenho nenhum amigo que a acompanha. Os episódios finais tratam de mostrar a tentativa de Hailey de se tornar uma maestrina, além de dar um novo recomeço para sua vida profissional e sua relação com Rodrigo. Funciona que é uma beleza, mas suspeito que na próxima temporada, se houver, acabarão dando um jeito de tornar as coisas um pouco como eram antes. De todo modo, tendo uma quarta temporada, eu já fico feliz.

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