domingo, janeiro 08, 2017

12 ANIMAÇÕES























Não sei se estou me tornando um velho chato e perdi a conexão com o espírito infantil que tanto gosta de filmes de fantasia e de certas animações, mas o fato é que poucas delas têm me agradado. E eu nem tenho visto tudo do gênero que foi lançado. Mesmo assim, eu cheguei a ver várias neste ano que se passou e agora mais uma neste ano que está começando. Algumas mereciam textos maiores, pois eu gostei mesmo, mas agora que passou o tempo acho complicado voltar na memória e tentar refletir sobre algo que já nem me lembro direito.

Ainda assim, dei uma olhada no blog no arquivo de 2016 e até que escrevi sobre uma boa leva de filmes, como PROCURANDO DORY, MOGLI – O MENINO LOBO (se o considerarmos uma animação, no caso), ZOOTOPIA – ESSA CIDADE É O BICHO, ANOMALISA, AS MEMÓRIAS DE MARNIE e O BOM DINOSSAURO. De certa forma, foram filmes que me puxaram para a escrita. Acho que tinha algo a dizer sobre eles e calhou de também ter algum tempo para destinar a eles. Agora é hora passar a régua logo naqueles títulos que foram vistos e que acabaram ficando de fora das postagens do blog. Então, façamos rapidamente. A soma de 12 se dá por causa de dois curtas em animação, ok?

COMO TREINAR O SEU DRAGÃO (How to Train Your Dragon)

Como tenho um pouco de ranço com as animações da Dreamworks, não cheguei a ver COMO TREINAR O SEU DRAGÃO (2010), de Dean DeBlois e Chris Sanders, no cinema. Mas como ele se tornou o título da produtora que mais recebeu elogios e estava na véspera de ver o segundo, resolvi pegar para ver em casa. E de fato é um belo filme. Tem até uma agressividade que eu sinto falta nas animações contemporâneas, que têm medo de assustar os pequenos – ora, se até a Disney fazia desenhos bem perversos na década de 1950. O filme se passa muito tempo atrás nos países baixos, em uma comunidade de vikings que se dedica a matar dragões. O protagonista, um garotinho, porém, apesar de ter uma constituição mais frágil, também deseja seguir os passos dos pais e dos colegas. Mas a vida dele muda quando ele conhece um dragão machucado em uma floresta e resolve ajudá-lo. Daí em diante o filme só melhora e tem um final agridoce muito interessante.

COMO TREINAR O SEU DRAGÃO 2 (How to Train Your Dragon 2)

Foi bom poder revisitar os personagens do maior êxito da animação da Dremworks, e embora COMO TREINAR O SEU DRAGÃO 2 (2014), de Dean DeBlois, não seja tão bom quanto o primeiro, a qualidade técnica já se mostrou bem melhor. Além do mais, o roteiro soube dar continuidade e trazer novas perspectivas para os personagens, ampliando o leque de ideias e sabendo muito bem como lidar com essa nova realidade que se instalou, em que os dragões agora são aliados dos vikings. Confesso que tenho pouca lembrança do filme e é justamente por isso que em minha cabeça ele é inferior ao primeiro, mesmo eu tendo visto no cinema, com melhor imersão e tudo. Acontece.

OPERAÇÃO BIG HERO (Big Hero 6)

Interessante eu ter visto este filme baseado em uma criação da Marvel sem ter sequer ouvido falar desses personagens. Logo eu, que sou um marvete. De fato, são personagens um pouco mais obscuros. E a Walt Disney Studios se beneficiou disso também. OPERAÇÃO BIG HERO (2014), de Don Hall e Chris Williams, acabou passando como uma ideia original, de certa forma. E com personagens que funcionam muito bem para virarem bonecos vendáveis. Principalmente o robô. Na trama, um garoto muito inteligente cria um robô para participar de lutas clandestinas, mas o irmão dele quer usar sua inteligência em coisas mais úteis e superiores. A história envolve perdas e superações e por isso eu imaginei que poderia ter funcionado mais do ponto de vista dramático. Em vez disso, acaba sendo uma das animações mais esquecíveis da fase recente da Disney.

O PEQUENO PRÍNCIPE (The Little Prince / Le Petit Prince)

Este era um dos filmes que mais mereceriam uma postagem só pra ele dentre os que estão aqui. Mas acabou passando muito tempo. O PEQUENO PRÍNCIPE (2015), de Mark Osborne, pode frustrar quem espera ver uma adaptação fiel do livro de Antoine de Saint-Exupéry. Mas uma coisa não se pode dizer da animação: que ela não trata a obra literária com respeito. O que muita gente reclamou na verdade de O PEQUENO PRÍNCIPE foi de que se trata de um filme maduro demais para crianças muito pequenas entenderem. De todo modo, acho que mesmo essas crianças um dia vão querer retomar o filme e dar o devido valor. Nem sempre é preciso oferecer coisas mastigadinhas para as crianças. É bom quando tem algo desafiador também. O protagonista do filme é na verdade uma menina, que se muda para uma nova casa com a mãe, uma mulher bastante controladora e que quer que a garotinha estude muito para uma conceituada escola. As coisas mudam para essa menina quando ela faz amizade com um senhor excêntrico, que é seu vizinho e que a apresenta à história do livro.

SNOOPY & CHARLIE BROWN - PEANUTS, O FILME (The Peanuts Movie)

Eu tenho um carinho imenso pelos personagens criados por Charles M. Schulz. Eles me ajudaram bastante em minha adolescência, quando eu me identificava com o personagem tímido Charlie Brown, um garoto cheio de neuras e que até pagava uma de suas amigas uma sessão de terapia. SNOOPY & CHARLIE BROWN – PEANUTS, O FILME (2015), de Steve Martino, tinha uma vantagem e tanto: ser escrito por um dos filhos e por um dos netos de Schulz, o que supostamente poderia trazer credibilidade e uma maior ligação com a obra original. Infelizmente o máximo que o longa conseguiu foi pegar pequenas coisas marcantes da série em desenho animado e em quadrinhos do criador. Faltou uma história boa. Claro que daria para se sustentar apenas nos personagens, mas o filme consegue isso muito pouco e acaba ficando no esquecimento aos poucos. Bom enquanto dura.

ANGRY BIRDS - O FILME (The Angry Birds Movie)

Não deixa de ser interessante uma animação infantil que estimula a raiva. Mesmo que seja a raiva como catalisadora de uma força criadora ou modificadora para o bem. ANGRY BIRDS – O FILME (2016), de Clay Kaitis e Fergal Reilly, é inspirado em um joguinho que foi lançado em 2009 e que virou uma febre em várias plataformas e em telefones celulares. Como eu não sou nem de jogar em computador, celular nem nada, nem sabia do que se tratava. Mas o cinema às vezes salva a gente da ignorância em relação a certas coisas. O personagem principal, o raivoso Red, é muito bom, justamente por ser ranzinza e morar em um lugar onde predomina a gentileza. Por isso ele é enviado para uma espécie de terapia de raiva para tratar o seu problema. Mas logo o seu jeito de ser será bastante útil para a comunidade, depois que ela é invadida para um grupo de porcos. Aliás, é a partir daí que o filme fica bem monótono e desinteressante.

PETS - A VIDA SECRETA DOS BICHOS (The Secret Life of Pets)

Outro filme que começa bem interessante, mas cujo andamento acaba botando tudo a perder é este PETS – A VIDA SECRETA DOS BICHOS (2016), de Chris Renaud e Yarrow Cheney. É uma espécie de TOY STORY no mundo dos bichos. Quando os humanos saem, eles passam a ser eles mesmos e trocam ideias um com o outro. O protagonista é o cãozinho Max que é “presenteado” com um irmãozinho que ele não curte muito, um cão muito maior que ele e que invade o seu território. Porém, um incidente os coloca na mira da carrocinha, e eles vão ter que juntar forças e se tornarem amigos. Trata-se de uma animação da Universal, do mesmo estúdio que gerou os Minions. Aliás, os amarelinhos ganham um curta que abre o longa chamado MINIONS JARDINEIROS, de Runo Chauffaud e Glenn McCoy, que infelizmente é muito pequeno, com uma historinha simples e fraca. Pelo menos não incomoda.

FESTA DA SALSICHA (Sausage Party)

O mais diferente das animações aqui apresentadas e um dos que eu mais fiquei animado para ver, FESTA DA SALSICHA (2016), de Greg Tiernan e Conrad Vernon, seria supostamente uma versão em desenho animado e com cenas bem explícitas de sexo e violência das loucuras perpetradas pela turma de Seth Rogen e cia. Como eu gosto dos filmes de Rogen, Apatow etc., estava animado com essa animação tão ousada e proibida para menores. Acontece que, por trás dessa atitude transgressora, o que vemos é um filme feito nos mesmos moldes das animações tradicionais. Ou seja: chega a dar sono. Optei por ver na versão original legendada, por gostar do elenco escolhido, mas acredito que a versão dublada, com a turma do Porta dos Fundos envolvida, pode ser até uma opção mais interessante pelo fato de ouvirmos palavrões e sacanagem em português mesmo. E isso deve fazer alguma diferença. Quem sabe um dia eu vejo essa versão dublada.

SING - QUEM CANTA SEUS MALES ESPANTA (Sing)

Uma das animações mais divertidas dos últimos anos, SING – QUEM CANTA SEUS MALES ESPANTA (2016), de Garth Jennings e Christophe Lourdelet, tem como mérito as mais de 60 canções famosas que passam pela trilha. E isso deve ter custado um dinheirão para a produção. Trata-se de uma espécie de versão em desenho dos programas como The Voice e American Idol, mas com um cuidado também na construção dos personagens. Tanto que a gente chega a se importar com eles. Seja o gorila que vem de uma família de gângsteres, a porquinha mãe de vários filhos ou a porco-espinho rocker. E há uma costura cuidadosa na trama, nos personagens e nas canções, de modo que SING nunca fica chato. Mas acredito que a força da música ajuda e muito a tornar o filme mais interessante que a maioria.

MOANA - UM MAR DE AVENTURAS (Moana)

Será que a gente precisava mesmo de uma animação musical tão careta quanto MOANA – UM MAR DE AVENTURAS (2016)? O filme traz de volta Ron Clements e John Musker, diretores de A PEQUENA SEREIA (1989) e ALADDIN (1992), para os holofotes. Tudo bem que a Disney deve muito a eles pela revitalização das animações, mas mesmo com o sucesso de FROZEN – UMA AVENTURA CONGELANTE e seu "Let it go", o tempo hoje está diferente. Inclusive, é bom a gente lembrar que, apesar das cópias dubladas de FROZEN, a canção mais famosa acabou virando hit aqui em sua versão original. E no caso de MOANA, as canções mais parecem saídas de um culto evangélico, o que não chega a ser de todo ruim, mas o problema é a quantidade. Chega uma hora que enche o saco mesmo. E não adianta ter um visual lindíssimo. Aliás, não dá pra negar o quanto o visual é extraordinariamente lindo e talvez um dos melhores de toda a história do estúdio do Mickey, mas infelizmente a história é desinteressante, as canções atrapalham mais do que ajudam e uma única personagem boa (o frango não conta) é insuficiente para levar um filme nas costas. Antes do longa passa um curta chamado TRABALHO INTERNO, de Leo Matsuda, que chegou um pouco atrasado, pois lembra bastante o DIVERTIDA MENTE, da Pixar. Mas o humor do curta é muito interessante e acredito que em uma revisão ele se beneficia, pois tudo é muito rápido.

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