sexta-feira, outubro 14, 2016

QUATRO FILMES SOBRE O AMOR NA TERCEIRA IDADE























Mais um exercício de memória com filmes vistos há bastante tempo. Dos quatro, eu tenho um especial carinho por UM FIM DE SEMANA EM PARIS (2013), do mesmo Roger Michell do adorável UM LUGAR CHAMADO NOTTING HILL (1999). Os outros três filmes têm os seus momentos e algum charme, graças, principalmente, ao seu elenco, mas são obras menores perto dessa. Vamos aos filmes, que o tempo anda curto.

UM FIM DE SEMANA EM PARIS (Le Week-End)

Depois de dirigir alguns filmes pouco inspirados, Roger Michell buscou o amor como fonte de inspiração novamente, e dessa vez em uma obra menos comercial, pois não há aqui jovens astros hollywoodianos, mas dois adoráveis velhinhos ingleses passando férias em Paris, Meg (Lindsay Duncan) e Nick (Jim Broadbent). A relação dos dois, apesar de longeva, está um pouco desgastada, e ir a Paris, onde passaram sua lua-de-mel, seria uma forma de reacender a chama. Ao mesmo tempo em que isso passa a se tornar possível, o lugar, as DRs e as circunstâncias acabam por tornar aquele momento em Paris também em um espaço de difícil reconciliação. O roteiro, de autoria de Hanif Kureishi, mesmo autor do texto de filmes como MINHA ADORÁVEL LAVANDERIA (1985) e VENUS (2006), é um primor, e em nenhum momento ficamos cansados. Ao contrário. É daqueles filmes que nos deixam até apaixonados pelos personagens, de tão gostoso que é. No mais, há uma deliciosa homenagem a BAND À PART, de Godard.

O EXÓTICO HOTEL MARIGOLD 2 (The Second Best Exotic Marigold Hotel)

Confesso que já fui ver este filme com um pouco de preconceito e preguiça, pois não gosto muito do primeiro e nem sei por que fui ver este segundo. Mas O EXÓTICO HOTEL MARIGOLD 2 (2015) tem lá o seu charme. Não pela direção aborrecida de John Madden (SHAKESPEARE APAIXONADO, 1998), mas pelo ótimo elenco, formado principalmente por atores e atrizes maduros. Afinal, a história trata justamente de pessoas na terceira idade que passam uma temporada em um lugar, a fim de se divertir o máximo possível nesta etapa final da vida. No caso deste segundo filme, eles já estão decididos a ficar naquele hotel na Índia mesmo. Há atores de destaque como Judi Dench, Maggie Smith, Bill Nighy e David Strathairn, mas há também novamente a presença do administrador do hotel, vivido pelo jovem Dev Patel, que na verdade não é indiano, mas um inglês filho de indianos. Há uma subtrama envolvendo seu noivado também, além de uma ciranda de amores dos personagens mais velho e de uma fotografia bem colorida.

MINHA QUERIDA DAMA (My Old Lady)

Não se trata exatamente sobre um filme de amor romântico envolvendo a personagem de Maggie Smith, esta de MINHA QUERIDA DAMA (2014), de Israel Horovitz, mas de seu relacionamento com um americano (Kevin Kline) que herda seu apartamento em Paris. Há, no entanto, uma cláusula que diz que ele terá que ficar com aquela senhora naquele lugar até que ela morra. Graças à presença e à graça de ambos os atores, bem como de Kristin Scott Thomas, o filme tem momentos de leveza e humor muito bem-vindos. Uma vez que não se espere muito do filme, pode-se sair da sessão até bem satisfeito, tanto pelas situações que o filme traz quanto por algumas surpresinhas da trama. O diretor é também roteirista e autor da peça na qual o filme se baseia. Daí tratar-se de uma obra com tantas falas e com tanta ação em interiores.

O ÚLTIMO ATO (The Humbling)

Não dá pra dizer que Al Pacino está acomodado. Um ano antes de atuar neste O ÚLTIMO ATO (2014), ele também contracenou em um filme dirigido por ele mesmo, o pouco visto SALOMÉ, baseado em texto de Oscar Wilde. Já O ÚLTIMO ATO é baseado em um romance de Phillip Roth e trata de um famoso ator de teatro que começa a perder a cabeça e desiste da profissão. Sua vida começa a ganhar algum sentido quando ele passa a receber a visita de uma jovem mulher, vivida por Greta Gerwig. A presença dessa mulher é um tanto quanto fantasmagórica e nisso o diretor Barry Levinson foi bem-sucedido em fazer um filme que nos levasse para a mente nublada do protagonista, ao mesmo tempo em que também vamos nos apaixonando por aquela mulher que também não sabe muito bem o que quer da vida. Greta tem encantado audiências desde, pelo menos, FRANCES HA, e pelo visto continuará fazendo isso por algum tempo.

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