quarta-feira, julho 27, 2016

TRÊS FILMES BRASILEIROS DE GÊNERO



Tem sido muito saudável o cinema brasileiro contemporâneo estar, vez ou outra, produzindo obras que fogem ao que se costuma esperar, fugindo das tradicionais comédias globais e de filmes que vão parar apenas em festivais e em um circuito bem restrito. Se o resultado de tais produções é satisfatório, já são outros quinhentos. O que importa é que esses realizadores abaixo tiveram a coragem de trazer algo diferente para as telas de cinemas de shopping.

REZA A LENDA

Logo que vimos o trailer de REZA A LENDA (2016), a primeira coisa que pensamos é em MAD MAX, principalmente levando em consideração à memória recente do último filme de George Miller. Homero Olivetto estreia na direção de longas com um trabalho no mínimo interessante. Aproveita bem os rostos conhecidos de Cauã Reymond, Humberto Martins, Júlio Andrade, Jesuíta Barbosa e Sophie Charlotte, e ainda traz uma ótima novidade: Luisa Arraes, muito bem no papel da moça que sofre um acidente na estrada e é tida como isca pela gangue de motoqueiros liderada pelo personagem de Cauã Reymond. Na verdade, a gangue é formada por pessoas de boas intenções. Tudo que eles querem é uma santa de gesso que supostamente tem o poder de fazer chover naquele mundo largado por Deus em um futuro distópico. Há boas cenas de ação, uma fotografia lindona e um final surpreendentemente bom e decente. Mereceria ser tratado com mais carinho.

O ESCARAVELHO DO DIABO

A adaptação do livro infanto-juvenil que encantou gerações até que rendeu um trabalho bem interessante. O ESCARAVELHO DO DIABO (2016), de Carlo Milani, consegue trazer o aspecto de terror, suspense e mistério para um filme que também pode ser apreciado por uma plateia mais jovem. Afinal, os jovens são o principal foco deste trabalho com ar inocente e um andamento narrativo atraente. Na trama, um assassino serial ataca em uma cidade, mostrando preferência por ruivas e ruivos e cabe a um garoto e um detetive com problema de memória resolverem o caso, antes que mais vítimas apareçam. O escaravelho do título se refere a um presente que é dado às vítimas, antes de elas serem executadas. O final não é tão bom, mas ao menos une as pontas soltas com eficiência.

EM NOME DA LEI

Quem acaba salvando EM NOME DA LEI (2016) de ser um filme ruim é Chico Díaz, como o grande vilão da trama, um mafioso que faz o que bem entende em uma cidade que fica na fronteira com o Paraguai. Até o dia que chega um novo juiz na cidade, vivido por Mateus Solano, que resolve acabar com sua festa. O que o tal juiz não sabia é o quão difícil essa tarefa seria. Com a ajuda da policial vivida por Paolla Oliveira, ele tenta o impossível. Engraçado o fato de que justamente os protagonistas do filme são os pontos mais fracos deste policial que até tem os seus momentos. E Paolla Oliveira é dessas atrizes tão belas que quase nos faz esquecer que não é tão boa assim como intérprete. EM NOME DA LEI é um dos filmes mais fracos da carreira irregular mas até que bem interessante de Sergio Rezende.

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