sábado, fevereiro 20, 2016

BONECO DO MAL (The Boy)



À medida que os filmes da temporada de premiações vão saindo dos holofotes com a aproximação do Oscar, começa a haver uma maior abertura para filmes de gênero. E como o gênero horror é um dos mais queridos da casa, é sempre uma festa quando alguns novos títulos começam a circular. Em breve teremos BOA NOITE, MAMÃE, de Veronika Franz e Severin Fiala, A BRUXA, de Roger Eggers; FLORESTA MALDITA, de Jason Zada; RUA CLOVERFIELD, 10, de Dan Trachtenberg; CHAMADOS, de F. Javier Gutiérrez; DEMON, de Marcin Wrona; e INVOCAÇÃO DO MAL 2, de James Wan, só para citar alguns exemplares.

BONECO DO MAL (2016), de William Brent Bell, seria então o primeiro a inaugurar este momento que promete ser um dos mais interessantes para o gênero em muitos anos. O diretor tem no currículo um filme que teve um considerável apelo comercial na época em que estreou, FILHA DO MAL (2012), um trabalho que utilizava o recurso do found footage para contar uma história de possessão. Não foi exatamente um trabalho muito bem recebido pela crítica em geral, assim como BONECO DO MAL também não é.

No entanto, há que se dar crédito para o modo como Bell consegue fazer de uma história claramente vulgar em uma trama envolvente que brinca com desenvoltura com os clichês do gênero, sem precisar apelar para sustos fáceis. BONECO DO MAL é a produção de maior orçamento do cineasta (10 milhões) e conta com a presença da hoje celebridade Lauren Cohan, mas conhecida como a doce e corajosa Maggie de THE WALKING DEAD. Para muitos, inclusive, a presença da atriz já justifica a ida ao cinema.

Ela interpreta Greta Evans, uma americana em passagem pelo Inglaterra a fim de trabalhar como babá em uma mansão situada longe das cidades. Seu dever é cuidar de uma criança que tem uma característica bem peculiar: trata-se de um boneco, que os pais criam como se fosse uma criança de verdade. Assim que chega, ela pensa se tratar de uma brincadeira, mas percebe que o casal de velhinhos não está brincando. Até deixa uma série de regras para que ela possa seguir. Essas regras até fazem com que o filme lembre GREMLINS, de Joe Dante, embora a semelhança pare por aí.

Com a saída dos pais do boneco/garoto, Greta se vê sozinha naquela casa com aquele misterioso boneco, que pelo menos não é tão feio quanto a boneca Annabelle, do filme homônimo. Mas não deixa de ser assustador para ela ver que o boneco muda de lugar misteriosamente, sem falar na tentativa de ele sabotar o encontro romântico que ela tem com um rapaz do vilarejo (o simpático Rupert Evans), entre outras coisas que acontecem.

É curioso também notar o desenvolvimento da trama para chegar à sua conclusão, quando o diretor e o roteirista assumem de vez o aspecto Bzão de seu trabalho, o que o torna ao mesmo tempo alvo de críticas por muitos, mas que não deixa de contar com um final inesperado, surpreendente, de certa forma. E por mais que haja uma série de problemas na narrativa, só o fato de causar prazer para o fã do gênero com uma história divertida e envolvente e ainda trazer uma moça tão bela e carismática quanto Lauren Cohan encabeçando o elenco já merece o nosso crédito. Sem falar que BONECO DO MAL pode ser só o início de uma safra que promete.

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