segunda-feira, junho 08, 2015

GREMLINS



Dos cineastas hollywoodianos que faziam a festa dos fãs de horror na década de 1980 (e podemos incluir aí John Carpenter, George Romero, David Cronenberg, John Landis, Stuart Gordon, Larry Cohen, Tobe Hooper etc), o que eu menos aprecio é justamente Joe Dante, por cruzar mais o caminho do horror feito para adolescentes. Daí cair como uma luva sua parceria com Steven Spielberg aqui.

E GREMLINS (1984) é mais um desses filmes que todo mundo viu, menos eu. Como, aliás, acontece com vários outros clássicos pop dos anos 1980. São filmes que eu devo ter visto trechos na televisão ou até tenha visto completo, mas que não conto, pois não lembro e foi numa época que eu não ligava muito para cinema. Engraçado como eu vejo esse período como uma espécie de dark age na minha vida, embora haja alguns momentos bem memoráveis.

GREMLINS é um filme sobre saber obedecer regras e por isso é tão interessante para uma plateia mais jovem. Por outro lado, há um forte elemento de anarquia naqueles bichinhos endiabrados que os tornam também simpáticos. Por mais feios e malvados que eles sejam, eles ainda são mais legais que a velha mesquinha da cidade.

Na trama, que já deve ser conhecida de todos, um pai de família passa por uma loja na área de Chinatown e lá descobre um estranho bichinho, que acaba comprando para dar de presente para o filho. O jovem rapaz (Zach Galligan) não tem dinheiro (e nem o seu pai, com suas invenções que não servem pra nada), mas é uma simpatia e até já conquistou o coração da menina mais bonita da cidade (a doce Phoebe Cates, que eu devo ter visto inúmeras vezes em PARADISE, uma espécie de cópia descarada de A LAGOA AZUL).

Para cuidar do tal bichinho, não se pode colocá-lo em frente à luz forte, nem molhá-lo ou dar-lhe água ou alimentá-lo após a meia-noite. Ver cada uma dessas regras ser desobedecida faz parte da brincadeira, assim como também pode incomodar àqueles que gostam sempre das coisas muito bem certinhas. Nesse caso, provavelmente GREMLINS não é o seu filme ideal, uma vez que é preciso entrar no espírito da bagunça, como na cena em que os monstrengos vão parar num cinema, numa sessão privada da animação BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES. A propósito, já vi gente menos educada do que eles em salas de cinema.

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