quarta-feira, maio 13, 2015

MAD MAX 2 – A CAÇADA CONTINUA (Mad Max 2 / Mad Max 2 – The Road Warrior)



Já se nota uma diferença incrível entre o primeiro MAD MAX (1979) e esta superprodução (principalmente para os padrões australianos) que dá continuidade às aventuras do herói solitário vivendo em um ambiente inóspito. MAD MAX 2 – A CAÇADA CONTINUA (1981) é o resultado do sucesso de público que o primeiro filme alcançou nas bilheterias mundiais e que se reflete em tomadas muito mais grandiloquentes, com o uso de gruas e de filmagens de cima que até chegam a se contrapor à câmera acoplada nos para-choques dos carros, tão frequente nas cenas de perseguição do primeiro e mais modesto filme.

MAD MAX 2 se assume de vez como um grande filme de ação e aventura e George Miller aproveita tudo o que o dinheiro pode fazer para ter um alcance ainda maior e mais atraente para o público. A história é mais redonda, a ideia de um futuro distópico é desenvolvida de vez e apresentada imediatamente após os créditos iniciais, como num cinejornal mostrando as guerras que ocasionaram aquele mundo, bem como cenas arrepiantes do primeiro filme, que construíram a figura do herói atormentado pela perda de pessoas queridas, como a mulher e o filho.

Depois disso, a ação já começa pra valer, com Max sendo perseguido por quatro bandidos das estradas. Há uma passagem de tempo entre o primeiro momento e este representado tanto pelos fios brancos dos cabelos do herói, como pelo agravamento da situação apresentada no primeiro filme, que na verdade nem tinha essa mitologia ligada à falta de água e comida e a briga por gasolina.

Sobre a falta de comida, um dos exemplos mais perfeitos é quando Max (Mel Gibson), depois de conhecer o Capitão Gyro (Bruce Spence), degusta uma lata de comida de cachorro, enquanto Gyro e o cachorro ficam lambendo os beiços. Gyro terá que esperar primeiro pelo cachorro para depois lamber o que sobrou da lata. A cena funciona também para mostrar que Max não era um sujeito bonzinho. Mas isso quem já viu o primeiro filme já sabe. O que não quer dizer que ele não represente o que há de mais heroico na história.

Uma das coisas que impressiona no filme é o quanto Miller nos dá uma visão privilegiada da ação. Quando não estamos à frente ou dentro dos carros, temos uma visão aérea perfeita do que ocorre durante as cenas de ação, o que contrasta com a grande maioria dos filmes de ação feitos atualmente, quase todos extremamente picotados e mal dando para entender o que está acontecendo. Até mesmo bons diretores têm feito isso. Ridley Scott é um que me vem à cabeça.

MAD MAX 2 é tão centrado na ação que são poucos os diálogos do filme. O que é mais um ponto a favor, já que quase não percebemos ou sentimos falta desses diálogos e toda a ação é narrada muito bem apenas pelo olhar das câmeras. Diz-se no IMDB que Mel Gibson só tem apenas 16 falas em todo o filme, o que pra mim é uma informação surpreendente, mesmo tendo (re) visto o filme esta semana.

Ver MAD MAX 2 e ver o trailer de MAD MAX – ESTRADA DA FÚRIA (2015) ajuda um pouco a entender o que pode vir do novo trabalho de Miller, cuja história dizem se passar entre o primeiro e o segundo filmes. Falta pouco para conhecermos a nova loucura engendrada pelo diretor. Pena que não é mais com Gibson, mas dá pra entender os vários motivos, sendo o principal deles a idade do ator.

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