sábado, janeiro 31, 2015

IRMÃOS DESASTRE (The Skeleton Twins)























Motivado pela indicação do amigo Renato Doho e pela excelente performance da dupla de protagonistas na entrega de um dos prêmios na cerimônia do Globo de Ouro, além de um fascínio pela encantadora Kristen Wiig, lá fui eu conferir este IRMÃOS DESASTRE (2014), cujo título brasileiro achei curioso e ainda estou pra saber se é de exibição na televisão ou se será lançado posteriormente por alguma distribuidora. Já supondo que o filme não passará nos cinemas, aproveitei os meios alternativos mesmo.

IRMÃOS DESASTRE é um filme sobre almas desesperadas e sobre suicídio, o que é algo bastante incomum para uma dupla de protagonistas mais conhecida por sua participação em comédias. Eu, particularmente, não lembrava bem dele (Bill Hader), mas adoro ver o sorriso e as atuações de Kristen. Pena que, como o filme é dramático, há poucas cenas em que ela sorri. Há, porém, uma que justifica ver o filme: uma cena envolvendo a dublagem de uma canção. Lindo momento. Dos outros pontos altos, deve-se destacar a cena de Marley & Eu, no consultório.

Na trama, Milo (Hader) e Maggie (Wiig) são dois irmãos que vivem vidas que consideram miseráveis. Enquanto ela se prepara para o suicídio recebe a ligação de que o irmão já havia tentado o seu. Curiosamente os dois não se viam há dez anos e o filme trata de expor, mais adiante, o porquê desse distanciamento. Milo é homossexual e está passando por uma crise em todos os setores da vida, seja profissional, seja afetivo. Maggie é casada com um sujeito simpático e atencioso (Luke Wilson), mas não o ama, traindo-o de vez em quando. E isso a incomoda demais.

Esses ingredientes que o filme propõe já são suficientes para chamar a atenção do espectador. E eu diria que tudo funciona razoavelmente bem até mais ou menos metade do filme. Depois, algo meio que desanda. O drama dos personagens para de ser importante, deixamos de nos solidar com eles talvez por não considerarmos seus problemas suficientemente pesados para que reclamem tanto da vida.

Depressão não precisa necessariamente de motivos racionais para existir. No entanto, é importante que ela seja bem desenvolvida num filme que queira levar o tema a sério, isto é, é preciso que o filme nos prove, de alguma maneira, que o sofrimento deles é digno de empatia ou crie isso através de uma atmosfera. E nada disso, particularmente, eu senti.

De todo modo, é interessante ver um filme abordando a depressão e a questão da homossexualidade, além do abuso sexual, sem papas na língua. Porém, continuo achando que o principal atrativo de IRMÃOS DESASTRE é mesmo Kristen Wiig, conforme eu já devo ter dito umas duas ou três vezes neste texto ruim.

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