quinta-feira, setembro 19, 2013

RUSH – NO LIMITE DA EMOÇÃO (Rush)























Ao que parece, RUSH – NO LIMITE DA EMOÇÃO (2013) vai ser mais um daqueles filmes que, por terem sido exibidos bem antes da premiação do Oscar, acabam ficando um pouco apagados e ganhando só interesse do público no início do próximo ano. Isso se realmente o filme de Ron Howard estiver entre os indicados às categorias principais, como boa parte dos analistas preveem.

Com isso, muitos acabam deixando de ver um belo trabalho no cinema, mais um dos acertos de Howard, que novamente volta aos anos 1970 e novamente para contar uma história real. Lembremos que outras histórias reais dirigidas por ele chegaram às categorias principais do Oscar – APOLLO 13 – DO DESTRE AO TRIUNFO (1995) e UMA MENTE BRILHANTE (2001).

Se FROST/NIXON (2008) conseguiu ser eletrizante sem precisar de cenas de ação, RUSH segue um caminho oposto: enquanto Howard poderia ter a opção de mostrar mais cenas de corridas, ele optou por enfatizar a rivalidade entre os pilotos de Fórmula 1 James Hunt (Chris Hemsworth) e Niki Lauda (Daniel Brühl). Essa briga de egos foi o catalisador do acidente que quase pôs fim à vida de Lauda e o deixou com o rosto marcado com as queimaduras.

Os dois jovens atores desempenham o que talvez seja os melhores papéis de suas carreiras até o momento. Principalmente Hemsworth, que antes era visto apenas como o cara bonito que foi escolhido para interpretar o Thor. Quanto a Brühl, usou prótese para ficar mais parecido fisicamente com Lauda e ainda se submeteu a pesadas sessões de maquiagem, para mostrar seu aspecto, após o acidente.

Além da dramática sequência do acidente, alguns momentos de RUSH são bem emocionantes. Um deles é o da primeira coletiva de imprensa de Lauda, quando ele retorna do hospital para as corridas e recebe uma pergunta sem cabimento de um jornalista. A resposta de Hunt ao tal repórter após a coletiva e logo depois o respeito com que os dois rivais tratam um ao outro é um elemento que pode ter sido romantizado na construção do filme, mas parece até bastante provável ter de fato acontecido.

Talvez o problema de RUSH esteja em ser redondinho demais, certinho demais, muito bem resolvido, a ponto de sobrar pouco para reflexões. Não deixa de ser uma característica dos trabalhos de Howard, um bom diretor, ainda que irregular e que não preza muito bem por sua obra, já recheada de filmes pouco respeitáveis. Provavelmente RUSH deva muito de seu sucesso ao roteirista Peter Morgan, responsável por trabalhos de primeira grandeza, como ALÉM DA VIDA, de Clint Eastwood; A RAINHA, de Stephen Frears; e o próprio FROST/NIXON, de Howard, do qual também é autor da peça.

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