quinta-feira, abril 25, 2013

MÁQUINA MORTÍFERA (Lethal Weapon)























Às vésperas da estreia de HOMEM DE FERRO 3, nada melhor do que (re)ver MÁQUINA MORTÍFERA (1987), de Richard Donner, o filme que conta com o primeiro roteiro de Shane Black. Tudo bem que MÁQUINA MORTÍFERA depois virou uma franquia bem família e com muito humor, o que não é ruim, mas, quando começou, era um filme com um teor sombrio bem acentuado, e que ganhou aqui no Brasil a classificação 18 anos.

No filme, o ator/autor Mel Gibson, hoje apelidado de "Mad Mel", interpreta Martin Riggs, um policial psicótico e suicida. Como não tem coragem suficiente para puxar o gatilho, usa os perigos da atividade de policial para jogar uma roleta-russa diferente. Mais adiante, veríamos, na carreira de Gibson, que esse personagem atormentado por um passado seria recorrente em outros trabalhos seus, como SINAIS, O FIM DA ESCURIDÃO e UM NOVO DESPERTAR, para citar os mais recentes.

Contrabalançando, temos o personagem de Danny Glover, Roger Murtaugh, um detetive veterano que tem que lidar com as loucuras do parceiro jovem, mas que aos poucos se torna um grande amigo. Até pela solidão e necessidade de um ambiente familiar, por parte de Riggs, Murtaugh o ajuda. Na trama, eles precisam aprender a lidar um com o outro, enquanto lutam para pegar uma gangue de traficantes de drogas e assassinos de moças.

O filme, aliás, começa com a apresentação de uma dessas moças seminua, prestes a cometer suicídio, pulando de um edifício. Parece um prelúdio bem pouco comum de se ver em filmes policiais produzidos nos dias de hoje. Na década de 80, havia uma vontade maior de mostrar nudez do que hoje. Outra coisa que é bem diferente e que eu achei bem curioso: na cena da luta física de Riggs com o vilão (Gary Busey), Murtaugh, torcendo pelo amigo diz, na frente de um monte de outros policiais, que também assistem à briga: "quebra o pescoço dele, Riggs!". Uma fala dessas, nos dias de hoje, raramente passaria pelos novos "censores".

Além do mais, a desculpa para o vômito de balas e violência que ocorre durante a caça aos bandidos, especialmente depois que eles sequestram a filha de Murtaugh, parece muito justa. Os detetives agora têm que trabalhar à maneira de Riggs, isto é, bala na cabeça de bandido sem fazer muita pergunta. No fim das contas, apesar de o diretor Richard Donner ser um dos mais populares e "família" dos anos 80, na série MÁQUINA MORTÍFERA, especialmente nos dois primeiros trabalhos, que contaram com roteiro (ou apenas história, no caso do segundo) de Shane Black, a violência imperou.

Será que Black conseguirá mudar o tom leve e festivo dos primeiros dois filmes do Homem de Ferro, levando em consideração o seu passado?

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