quarta-feira, março 27, 2013

LINHA DE AÇÃO (Broken City)























Ao que parece, Allen Hughes não rende tão bem quando está longe do irmão gêmeo, Albert Hughes, com quem fez PERIGO PARA A SOCIEDADE (1993), AMBIÇÃO EM ALTA VOLTAGEM (1995), DO INFERNO (2001) e O LIVRO DE ELI (2010). Não sei qual foi o motivo da separação, se foi ocasionada por alguma briga entre eles ou nada muito sério. O fato é que LINHA DE AÇÃO (2013) é desses policiais genéricos, que até tem algum charme, principalmente por flertar com o film noir, mas que ao final da projeção acaba caindo na vala do esquecimento.

Falta ao trabalho de Hughes tanto força no desenvolvimento dos personagens, quanto um roteiro inteligente e menos politicamente correto. Tudo bem que de vez em quando é bom vermos personagens com honradez e dispostos a alcançar uma redenção, principalmente nos filmes noir (ou neo noir, no caso), mas isso acaba por tornar o detetive de pouca grana vivido por Mark Wahlberg um personagem bem apagado.

Ainda assim, é o personagem que ainda faz valer o filme, já que Russell Crowe, no papel do prefeito corrupto, só acrescenta em sua filmografia recente mais um personagem fraco. Terá chegado a decadência do ator? Catherine Zeta-Jones também anda numa maré baixa de boas interpretações, mesmo quando está em boas produções. Com isso, coadjuvantes como Jeffrey Wright e Barry Pepper acabam roubando a cena sempre que podem.

Na trama, Billy Taggart (Wahlberg) é um detetive particular (e ex-policial há sete anos) que é contratado pelo prefeito de Nova York que está disputando uma reeleição (Crowe) para investigar a suposta traição da esposa (Zeta-Jones). Para o detetive, o cheque polpudo acaba sendo uma boa oportunidade para tirá-lo das dificuldades financeiras. Mas a trama se complica quando a esposa descobre que está sendo vigiada e quando uma pessoa aparece morta.

LINHA DE AÇÃO veio à luz graças ao interesse de Mark Wahlberg, aqui também na função de produtor, que trouxe um roteiro que estava engavetado e sem ter despertado o interesse de nenhum outro produtor ou diretor. Melhor seria se o script continuasse quietinho, na gaveta. Ou se outro realizador mais talentoso compensasse a trama simplista e com pouca originalidade com um belo trabalho de direção. Do jeito que está, é só mais um filme a engrossar a lista dos esquecíveis do ano.

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