sábado, fevereiro 09, 2013

PARA MAIORES (Movie 43)



E hoje, pela primeira vez na minha vida de cinéfilo, eu pedi o dinheiro de volta. E não, não é porque eu me senti ofendido com o filme PARA MAIORES (2013), mas porque a projeção da sala 1 do Cine Benfica estava tremendo. Eu já tinha prometido a mim mesmo que não iria mais ver filme lá, mas já fazia tanto tempo que a mesma coisa tinha ocorrido (com O FILME DOS ESPÍRITOS, visto em outubro/2011) que eu não imaginei que ia me deparar novamente com o mesmo problema.

Desta vez eu relatei o caso ao funcionário, que afirmou que o problema era da cópia. Eu disse que não era. Ele falou que se eu quisesse eu podia pedir o meu dinheiro de volta. Depois de hesitar, foi isso que eu fiz. Pelo pouco que me submeti ao tremor na tela, já saí com dor de cabeça, coisa que eu tinha aguentado em 2011 por ser um filme brasileiro e eu poder de vez em quando fechar os olhos para descansá-los.

Enfim, saí de lá para a o Iguatemi. Já tinha tentado ver PARA MAIORES lá no dia anterior, mas por problemas técnicos (o som não funcionou), eu acabei vendo outro filme. Felizmente, mesmo com os já comuns problemas de ajuste de janela pelo projecionista, o filme transcorreu normalmente e eu pude ver até o final. Coisa que muita gente não suportou, já que se trata mesmo de um filme feito para insultar quem não aguenta grosseria.

E humor grosseiro é o que não falta em PARA MAIORES, que se compõe de vários pequenos curtas dirigidos por vários cineastas, entre eles, Peter Farrelly, uma das principais mentes diabólicas por trás desse filme que conseguiu trazer um super-elenco de astros e estrelas de Hollywood. Além de Farrelly, outros nomes conhecidos entre os diretores está James Gunn (de SUPER, 2010), a atriz Elizabeth Banks, que participa de um dos melhores segmentos, Brett Ratner (de X-MEN – O CONFRONTO FINAL, 2006), Griffin Dunne (de DA MAGIA À SEDUÇÃO, 1998), entre outros.

O super-elenco que aparece no cartaz horrível tem Kate Winslet, Naomi Watts, Elizabeth Banks, Emma Stone, Gerard Butler, Chloë Grace Moretz, Hugh Jackman, Anna Faris, Kristen Bell, Halle Berry, Richard Gere, Christopher Mintz-Plasse, Uma Thurman, Justin Long, Jason Sudeikis, Kate Bosworth, Seann William Scott, Liev Schreiber, Kieran Culkin, Terrence Howard, Johnny Knoxville, Tony Shalhoub, Chris Pratt, entre outros rostos que podem ser reconhecidos. Conta-se que o elenco fugiu em peso da pré-estreia do filme nos Estados Unidos.

Mas o que há de mais neste PARA MAIORES? Como é um filme em segmentos, eles arrumaram uma historinha para juntar as partes soltas. Uma historinha bem boba, mas que até que funciona razoavelmente bem. O primeiro segmento conta com Kate Winslet e Hugh Jackman em um primeiro encontro. O que ela não sabia é que ele tem testículos em seu pescoço. E o filme explora bastante o fato, chegando a ser bem engraçado no final. Também se destaca o segmento com a Halle Berry, que não por acaso também é sobre um encontro amoroso. Mostra até que ponto o jogo "verdade ou consequência" pode chegar.

Outro destaque do filme é a história dos garotos que ficam totalmente desesperados quando a garota vivida por Chloë Grace Moretz tem sua primeira menstruação na casa deles, enquanto espera o seu pai. Difícil não rir da situação e mesmo da interpretação dos garotos, digna de aplausos. Mais um momento memorável do filme: Anna Faris confessa que quer que seu namorado faça cocô nela. O cara, ajudado por um dos amigos, se esforça para dar o seu melhor. O resultado é impagável.

Como é natural, alguns segmentos são bem mais fracos que os outros. O que mostra o Batman (Jason Sudeikis) zoando do Robin (Justin Long) num desses encontros rápidos (speed dating) que aparecem em filmes e séries americanas até tem os seus bons momentos, mas não chega a ser realmente bom. Destacaria, finalmente, o último, pós-créditos, com Elizabeth Banks às voltas com um gato (em desenho animado) muito do sacana (pode ampliar o máximo possível esse adjetivo).

E por mais que o número de pessoas que saia reclamando do filme seja enorme, como pude comprovar ao final da sessão, há que se dar o crédito à coragem de seus realizadores. No fim das contas, o saldo é mais positivo do que negativo. Isto é, se você não se sentir ofendido ou achar que humor escatológico, quando feito com criatividade, é algo a ser totalmente descartado.

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