sexta-feira, agosto 24, 2012

APENAS UMA NOITE (Last Night)



A estreia na direção da iraniana Massy Tadjedin foi com o pé direito. APENAS UMA NOITE (2011) não é um filme perfeito, mas possui momentos intensos, especialmente nas cenas com Keira Knightley. No filme, ela é Joanna, uma jovem mulher casada que mantém uma relação estável com Michael (Sam Worthington). Num jantar, ela descobre que uma das colegas do marido é muito atraente (Eva Mendes) e o acusa de tê-la traído com ela em alguma ocasião. E até que ela tinha razão em suspeitar, pois se ele não havia ainda a traído, a viagem a negócios com a colega atraente junto promete trazer uma experiência nova para Michael. Porém, as coisas são bem mais intensas para Joanna, que reencontra um antigo amor, Alex (Guillaume Canet).

Como ela mesmo diz em certa ocasião do filme, às vezes um dia na vida pode mudar tudo. O fato de ela ter saído para comprar café na esquina e ter encontrado Alex na rua mexeu com seu coração. E à medida que o filme ganha pontos nas sequências de Keira com Canet, perde nas cenas de Worthington com Eva Mendes. Isso porque falta paixão e sobra desconforto nessa última relação, povoada pela culpa. Enquanto que a relação pregressa de Joanna e Alex faz com que aqueles poucos momentos juntos signifiquem muito.

Como o filme se passa a maior parte do tempo à noite, a escuridão da fotografia de Peter Deming (de CIDADE DOS SONHOS) fica muito bem em película, mas sai bastante prejudicada nas cópias em digital. Não deixa de ser um incômodo, que só não chega a ser tanto assim porque APENAS UMA NOITE é envolvente e às vezes nos faz esquecer da má qualidade da cópia.

Não deixa de ser interessante o fato de o filme ter sido dirigido por uma cineasta iraniana e conter cenas bastante sensuais, embora não necessariamente gráficas. Keira Knightley é impressionantemente charmosa, com seu sotaque inglês, e sua beleza, apesar da excessiva magreza. A moça nasceu mesmo para ser estrela de cinema. Ela passa a impressão de levar o filme nas costas, embora com a ajuda do ator francês, que faz seu par romântico na maior parte do tempo.

Se o filme fosse centrado apenas na relação dela com Alex, em vez de alternar entre uma relação e outra, talvez tivesse resultados melhores. Mas do jeito que ficou não dá para reclamar. Trata-se de uma obra que tem a sua beleza e sofisticação e que é um alento em meio a um circuito povoado de filmes tão apressados e rasos.