sexta-feira, junho 29, 2012

HIT & MISS



A premissa é convidativa, assim como a atriz que a interpreta: Chloë Sevigny. Ela é Mia, uma transexual que ganha a vida trabalhando como assassina profissional para um mafioso. Um dia ela recebe uma carta sobre uma mulher com quem ela teve um namoro no passado, de quando ela ainda era um rapaz. Essa mulher morreu recentemente de câncer. Na carta, ela fica sabendo também que é pai de um garotinho. Depois que conhece o fillho, ela acaba entrando na vida daquela humilde família.

HIT & MISS (2012) é uma produção inglesa que fez algum sucesso nas últimas semanas entre os meios virtuais, mas que não foi tão bem sucedida em audiência no canal que a exibiu, o Sky Atlantic, o que deixa dúvidas se ela será ou não renovada para uma segunda temporada, mesmo tendo terminado com um gancho. A série (ou minissérie, ainda não se sabe) de seis capítulos, apesar de ser bem agradável e um tanto viciante, tem os seus problemas.

O principal deles está na má construção dos personagens. A própria protagonista nem é bem trabalhada e muitas sequências parecem forçadas, como a própria intenção de mostrar o bilau da moça em cenas de intimidade em quase todo episódio. No primeiro episódio achei importante mostrar, mas depois acaba se tornando meio apelativo. É também no primeiro episódio que a vemos cantando "Let me kiss you", do Morrissey, em um karaoke bar decadente, para explicitar a sua solidão.

O forte de HIT & MISS está nas locações e no capricho nas imagens, especialmente quando a série se move para o ambiente rural da casa da família em que Mia acaba tomando as rédeas como líder. As tomadas gerais são bonitas e revelam um mundo que serviria de oásis para a vida pouco agradável que ela leva na cidade. Embora os demais personagens pareçam muito frágeis na construção, curiosamente, o que melhor se desenvolve ao longo da série é o pequeno Ryan, filho de Mia.

E assim Chloë Sevigny vai somando mais uma personagem interessante à sua controversa filmografia, que revela um gosto por tipos marginais e a torna uma das atrizes mais interessantes de sua geração.

P.S.: No blog do Diário do Nordeste, tem uma matéria sobre a incursão de Alan Moore como diretor de cinema. O texto pode ser lido AQUI.