quarta-feira, junho 13, 2012

BRANCA DE NEVE E O CAÇADOR (Snow White and the Huntsman)



Não resta dúvida de que BRANCA DE NEVE E O CAÇADOR (2012) é muito superior ao seu concorrente temático, ESPELHO, ESPELHO MEU. Porém, embora a distância de qualidade entre uma produção e outra seja gritante, o filme de estreia de Rupert Sanders perde um pouco da força a partir da entrada em cena dos anões. Até então, o clima sério e moderadamente violento do clássico conto infantil estava indo muito bem. Os exageros de Charlize Theron como vilã são muito bem vindos e eu diria que sem ela o filme não teria metade da força. Kristen Stewart como Branca de Neve perde feio em beleza para a Charlize, embora sua personagem seja boa. Mesmo porque seu jeito um tanto masculino combina com uma Branca de Neve guerreira.

Um dos grandes destaques do filme está no visual. Os efeitos especiais chamam a atenção, como quando a Rainha Má se transforma em corvos ou quando vai consultar o famoso espelho. Os 170 milhões da produção podem ser vistos no luxo da direção de arte, nos já citados efeitos visuais, na beleza das tomadas externas que valorizam o filme visto no cinema e na qualidade da fotografia. Nos aspectos técnicos, o filme é muito bom. Já nos aspectos narrativos, pena que lá pelo meio, a trama vai se tornando mais convencional, embora a opção de ter dois possíveis pares românticos para a Branca de Neve faça alguma diferença.

O legal do filme é lembrar mais uma vez o quanto esses contos de fadas podem ser violentos. Se BRANCA DE NEVE E O CAÇADOR não o é suficientemente, é porque vivemos em tempos mais complicados. Mas é possível vislumbrar isso nos primeiros momentos do filme, quando a Rainha Má mata o rei com veneno e uma facada no peito. E há elementos de filmes de horror também, como quando ela suga a energia vital de uma garota para permanecer jovem e bela. Esses elementos se perdem quando o filme se assume como uma aventura. A seu favor está o interessante epílogo, que foge um pouco do que se esperaria.