sábado, maio 05, 2012

TOP 20 ANOS 20

1. AURORA, de F.W. Murnau
2. O CIRCO, de Charles Chaplin
3. A CAIXA DE PANDORA, Georg Wilhelm Pabst
4. O GABINETE DO DR. CALIGARI, de Robert Wiene

5. CHANTAGEM E CONFISSÃO, de Alfred Hitchcock
6. SEDUÇÃO DO PECADO, de Raoul Walsh
7. O GAROTO, de Charles Chaplin
8. A ÚLTIMA GARGALHADA, de F.W. Murnau

9. O MONSTRO DO CIRCO, de Tod Browning
10. A PAIXÃO DE JOANA D’ARC / O MARTÍRIO DE JOANA D'ARC, de Carl T. Dreyer
11. A GENERAL, de Buster Keaton e Clyde Bruckman
12. O CAVALO DE FERRO, de John Ford

13. O LOCATÁRIO / O INQUILINO SINISTRO / O PENSIONISTA, de Alfred Hitchcock
14. HÄXAN – A FEITIÇARIA ATRAVÉS DOS TEMPOS, de Benjamin Christensen
15. EM BUSCA DO OURO, de Charles Chaplin
 16. O ILHÉU, de Alfred Hitchcock

17. A QUARTA ALIANÇA DA SRA. MARGARIDA, de Carl T. Dreyer
18. THE PLEASURE GARDEN, de Alfred Hitchcock
19. O ENCOURAÇADO POTEMKIN, de Sergei Eisenstein
20. METRÓPOLIS, de Fritz Lang

Se fosse uma outra década, eu poderia me dar ao luxo de colocar um filme por diretor, escolher entre uma centena ou entre centenas de opções. Mas infelizmente, sou ainda um leigo no que se refere aos anos silenciosos do cinema. Só recentemente, por exemplo, tive o prazer de conferir algumas dessas pérolas. Outras, acabei vendo por causa do diretor, casos de Hitchcock e Dreyer. Este último comparece com o dramático A PAIXÃO DE JOANA D’ARC e com um filme pouco conhecido, A QUARTA ALIANÇA DA SRA. MARGARIDA.

Charles Chaplin é que é um caso excepcional: ao mesmo tempo popular e cultuado, respeitado por todas as classes e fácil, muito fácil de ser gostado. Tanto que na relação, constam três filmes do diretor, O CIRCO, O GAROTO e EM BUSCA DO OURO. Os dois primeiros estão entre os meus favoritos dele, junto com outros dois filmes que ele realizaria nas décadas de 1930 e 1950, respectivamente. São filmes que mostram a genialidade do diretor e que contém cenas que já habitam o inconsciente coletivo do mundo ocidental.

Do mundo mais ou menos oriental, sempre tive muita resistência a ver os filmes do Sergei Eisenstein e acabei não gostando tanto assim de O ENCOURAÇADO POTEMKIN, mas é difícil não perceber a importância desse filme, especialmente ao ver a tão famosa sequência das escadarias de Odessa. Outro que só tinha ouvido falar mas que gostei demais foi A CAIXA DE PANDORA, de Pabst. Mas esse eu acho que fui ver com uma melhor predisposição, querendo apreciar a beleza de Louise Brooks, que ajuda a compor essa tragédia extraordinária. Nesses dias, também tive a oportunidade de ver o marco maior do expressionismo alemão, O GABINETE DO DR. CALIGARI, que conta com sequências lindamente arrepiantes. 

Falando em horror, como não ficar incomodado e ao mesmo tempo impressionado com O MONSTRO DO CIRCO, de Tod Browning? Era, sem dúvida, um cineasta sem igual. E o enredo de O MONSTRO DO CIRCO é algo de doentio. Também tangenciando esse terreno do horror está a produção híbrida HÄXAN – A FEITIÇARIA ATRAVÉS DOS TEMPOS, uma espécie de documentário sobre as monstruosidades que se fazia na Idade Média por causa da ignorância e da superstição.

De Alfred Hitchcock, o mestre do suspense, aparece o único filme falado dos vinte. O primeiro filme falado produzido na Inglaterra: CHANTAGEM E CONFISSÃO. Completam o quarteto, os ótimos O ILHÉU, O INQUILINO SINISTRO e a estreia do mestre na direção já com o pé direito: THE PLEASURE GARDEN. Outro cineasta que aparece mais de uma vez, mas que provavelmente apareceria mais se eu tivesse visto mais filmes dele é F.W. Murnau, que comparece com os geniais AURORA (ocupando a primeiríssima posição) e A ÚLTIMA GARGALHADA, obra-prima feita sem uso de nenhum intertítulo.

Dois queridos pioneiros de Hollywood, John Ford e Raoul Walsh, comparecem com duas obras bem distintas, mas ambiciosas à sua maneira. Do cineasta aventureiro, o intenso drama SEDUÇÃO DO PECADO; e do "Homero americano", o épico O CAVALO DE FERRO, sobre a construção das primeiras ferrovias nos Estados Unidos.  De Buster Keaton, outro cineasta americano importantíssimo e gênio das comédias, A GENERAL é um de seus mais lembrados filmes, embora ele tenha feito curtas-metragens ainda melhores.

Fechando o círculo dos vinte, a ficção científica METRÓPOLIS, de Fritz Lang, que acabou na última posição porque na verdade eu não gostei muito da experiência de vê-lo na primeira e única vez, numa cópia horrível da Continental. Quem sabe numa cópia melhor e vendo na ordem cronológica dos filmes de Lang ele ganha mais importância para mim. Aliás, sou carente de Lang de quase todas as épocas.

E é isso. Sem dúvida, há ausências, muitas ausências: Griffith, Stroheim, Abel Gance, Vertov, Vidor, Sjöström, Flaherty, Sternberg, Lubitsch, De Mille, Paul Leni, entre outros. Dívidas que pretendo pagar um dia.

Post feito por ocasião de formação do ranking da década, promovida pela Liga dos Blogues Cinematográficos. O resultado final, depois da contagem dos votos, sairá em breve.