sexta-feira, março 16, 2012

VIAGEM A SAMPA 2012



Os relatos de viagem são legais de se ler no calor da chegada, mas para mim eles servem também como uma bela de uma cápsula do tempo, em que eu posso ter acesso depois de alguns anos e reviver com saudade alguns momentos. Por isso, por menor que tenha sido o tempo que eu passei dessa vez em São Paulo, por culpa do Morrissey, pois ando bem atarefado, não perdi a chance de ver alguns amigos queridos. O que estava certo, pelo menos, para o sábado, era conhecer a Cris Miura em Campinas e visitar o Marcelo V. , já que da última vez não tive o prazer de bater aquele papo agradável com ele e Ana Paul. Os demais encontros ficariam em aberto, mas marcar encontros na segunda-feira é mais complicado.

No sábado pela manhã, lá estava eu desembarcando no aeroporto de Guarulhos e o Michel me fazendo a gentileza de me receber. Depois de um café-da-manhã bem legal, como o Michel tinha que viajar por um tempo relativamente longo, ele quis aproveitar para cortar o cabelo em seu antigo bairro. Tive a chance de conhecer um autêntico paulista daquela região, que tem um sotaque e um jeito bem característico de falar, muito herdeiro dos italianos. É palavrão pra todo lado, conversas sobre mulheres e o não uso de plurais nas frases. Bem interessante. Ele mais falava do que cortava o cabelo, mas achei muito bacana o jeito dele.

De lá, fomos pegar Alê Marucci e Tiago Superoito para irmos para Campinas. Paramos num café, conversamos muito, quase sempre sobre cinema, e posamos para uma fotografia. Que acabou sendo uma das mais legais da viagem. A ida para Campinas foi mais longa do que eu imaginava e o corpo cansado sem praticamente dormir não resistiu: dormi boa parte do caminho. Chegando lá, trovões bastante ameaçadores nos deram as boas vindas. Estavam lá no restaurante do gigantesco shopping center a Cris, seu irmão Henrique e a esposa. Gente muito bacana.

O Henrique eu havia conhecido antes pela internet, na aurora dos blogues, mas como ele desapareceu de vista, o meu contato com a Cris durante os últimos anos foi bem maior. Muito bom conhecê-la pessoalmente, tão simpática e tão intensa. Difícil não se encantar com ela. O papo na mesa, como tinha mais gente, foi mais disperso, mas envolveu muito cinema também. Não sei por quê. Depois do generoso almoço e da despedida do Henrique e de sua esposa, a turma resolveu encarar o filme do herói Nicolas Cage. O cara tem mesmo que ser um herói para ter feito tantos filmes ruins em tão curto período. E acho que ele se superou com O PACTO. Mas foi muito bom ter visto com a turma, pois pudemos tirar sarro do filme e de seu jeito vagabundo de ser.

Depois de um café e de uns papos bem intensos, pegamos a estrada de volta ao estilo VELOZES & FURIOSOS. Outro bom papo nos aguardava, dessa vez na casa do Marcelo V. e com a presença da Ana Paul. Legal a diferença e o tom da conversa, como mudou, de acordo com o ritmo mais pausado e mais sereno dos dois. Muito bom também sentir a sinceridade da amizade que se criou entre nós durante esse tempo, mesmo estando tão distantes. Se eu não estivesse num dia de Jack Bauer, quase sem dormir, teria ficado mais tempo conversando.

O domingo era dedicado a Morrissey. Enquanto isso, uma grande tempestade se aproximava. Deu tempo de dar uma passada na Cinemateca para conferir a mostra de fotos e de artes em homenagem a Marilyn Monroe. Mas foi jogo rápido. Depois de pegarmos Tiago e Alê, houve um pequeno contratempo na espera pelo Murilo, que se atrasou por motivos de ordem familiar. Mas deu tudo certo e, quando eu achei que não íamos encontrar os amigos, lá estava todo mundo junto, inclusive Chico, Mitchel e Diego.

A segunda-feira foi mais tranquila. Da turma com quem eu tinha combinado de me encontrar, só deu certo mesmo um encontro com o Bruno Amato. Gente finíssima, que já havia conhecido numa edição do Planeta Terra. Marcamos de ver um filme, mas devido à falta de boas opções, vimos W.E. – O ROMANCE DO SÉCULO. Bruno ficava rindo o tempo todo do filme, como se se tratasse de uma comédia involuntária. Eu até que não achei tão ruim. A pipoca pelo menos não me deixou dormir. Antes eu havia visto sozinho o belo e confuso ucraniano MINHA FELICIDADE, no simpático CineSesc.

Terça-feira, último dia lá, quase encontrei o Vébis, mas o possível almoço acabou não rolando. Mas o saldo ainda foi positivo, pois depois de dormir feito uma pedra, acordei para ver um filme ótimo no Reserva Cultural: O PORTO, de Aki Kaurismäki. Depois disso foi pegar metrô e taxi para chegar à casa do Michel e ele me levar de volta para o aeroporto. As horas passaram rápidas com as leituras, mas a minha quarta-feira na terrinha foi bem movimentada e até agora ainda não recuperei o sono e nem dei conta de tantas obrigações que ficaram atrasadas. Porém, quero deixar registrado mais uma vez o prazer que foi desfrutar esse tempo com essa turma tão atarefada, mas ainda assim tão disposta a ser hospitaleira e amável.

Quem quiser conferir algumas fotos que selecionei da viagem, é só clicar AQUI.

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