sábado, março 31, 2012

O RESGATE DO BANDOLEIRO (The Tall T)



Difícil pelo menos não simpatizar com o bom mocismo de Randolph Scott na série de filmes que Budd Boetticher realizou com ele no período de 1956 a 1960. Já havia visto 7 HOMENS SEM DESTINO (1956) na caprichada edição em dvd da Paramount e ficado encantado com a simplicidade e a beleza do trabalho de Boetticher. Quis conhecer mais westerns do diretor, assim que surgisse uma oportunidade. E a oportunidade surgiu, através de um desses sites de compartilhamento. E o meu segundo Boetticher foi este O RESGATE DO BANDOLEIRO (1957), que se não chega a ser tão brilhante quanto o anterior, é também uma delícia de ver.

Diferente do filme anterior, que tinha uma atmosfera mais pesada, na qual o personagem de Scott carrega a culpa e a missão de matar os assassinos de sua esposa, em O RESGATE DO BANDOLEIRO, o ator aparece a maior parte do tempo sorrindo ou agindo de maneira muito tranquila em momentos em que qualquer um estaria muito nervoso. Aqui, ele é um homem simples que chega a um povoado para comprar um touro para sua pequena fazenda e o fazendeiro faz uma aposta com ele: se ele conseguir permanecer em cima do touro, ele leva o animal de graça; se não conseguir, perde o cavalo. Resultado: perdeu o cavalo.

Nisso, voltando para casa a pé, levando sua pesada cela, pede carona a um amigo que leva na carruagem um casal em lua de mel. No meio do caminho, passa na casa de um amigo e percebe que a casa foi invadida e que um grupo de bandidos tomou conta do lugar e assassinou pai e filho. Os bandidos levam o grupo como reféns, já que a noiva (Maureen O'Sullivan) é filha do homem mais rico da cidade. As coisas vão ficando cada vez mais tensas durante o período de espera pelo dinheiro do resgate, mas ficamos relativamente tranquilos ao ver o rosto de Scott. E esse equilíbrio é um dos pontos importantes para a apreciação do filme.

A narrativa é breve, com uma curta duração que não esconde o baixo orçamento, mas também não nos impede de perceber a segurança da direção de Boetticher no trato com o desenvolvimento da história e na construção dos personagens. Principalmente os de Scott, O'Sullivan e Frank Usher, que interpreta o líder do bando, um homem que diz com orgulho que nunca matou ninguém, mas porque sempre teve alguém para obedecer as suas ordens e fazer o trabalho sujo. São três personagens bem delineados e que contribuem para o engrandecimento do filme.

P.S.: Está no ar no blog do Diário do Nordeste a primeira matéria que escrevi sobre livros de cinema. Confiram AQUI.

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