sexta-feira, fevereiro 24, 2012

DORIANA GRAY (Das Bildnis der Doriana Gray / Die Marquise von Sade)



Tendo em vista a nota de falecimento de Lina Romay, peguei um filme de Jesús Franco para ver, dentre os poucos que tinha em meu acervo, para homenagear a atriz e maior parceira do cineasta espanhol. Como era para ser uma produção protagonizada pela atriz, seria ou DORIANA GRAY (1976) ou MACUMBA SEXUAL (1983), os dois únicos que tinha à disposição. E DORIANA GRAY foi o primeiro que encontrei. Não sei se é o melhor dos dois, mas não deixa de ser interessante de ver, mesmo eu não sendo exatamente um fã de Franco. Ainda duvido, por exemplo, que ele tenha feito algo tão bom quanto VAMPYROS LESBOS (1971) em sua extensa filmografia de quase 200 títulos, mas precisaria conferir mais alguns para tirar a prova.

O destaque de DORIANA GRAY dentre os filmes mais conhecidos de Franco – pelo menos dentre os poucos que vi - é o fato de conter cenas de sexo explícito. A própria Lina Romay não se incomoda de protagonizar cenas bem quentes com homens e mulheres. Porém, no quesito sexo, o que ainda me incomoda nessas produções dos anos 1970 é a floresta de pelos nas genitálias. Ainda mais com um filme que mostra tantas cenas de sexo oral e apresenta closes ginecológicos. Porém, num desses super-closes, a imagem fica tão plasticamente bela que eu queria que o filme tivesse terminado ali. Mas Franco tinha que finalizar a sua historinha.

Na trama - se é que dá pra chamar esse fiapo de história recheado de cenas de sexo de trama -, o nome de Doriana Gray não é gratuito. Semelhante ao texto de Oscar Wilde, Doriana tem uma irmã que fica presa num hospício, como louca, enquanto ela ganha a fonte da juventude transando com mulheres e matando-as durante o ato sexual, sem usar de arma nenhuma. Ela é uma espécie de vampira sexual. Não suga o sangue, mas a energia vital dessas mulheres, que se sentem atraídas por ela. Não é para menos, Lina Romay, na época da realização do filme ainda desfrutava da beleza da juventude e um par de seios admiráveis. Ela passa o filme inteiro com uma roupa transparente, como as vampiras dos filmes de Jean Rollin. Isso, claro, até a hora de tirar o vestido e partir para a ação.

Lina Romay (1954-2012) participou de mais de 100 produções de Jess Franco.

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