sexta-feira, setembro 16, 2011

AS BRUMAS DE AVALON (The Mists of Avalon)



Nem estava nos meus planos rever este filme, mas como foi exibido numa aula do mestrado, com o intuito de trazer questões relativas ao papel feminino na sociedade ocidental, achei interessante poder rever. AS BRUMAS DE AVALON (2001) é uma produção para a tv baseada no best-seller de Marion Zimmer Bradley que oferece um ponto de vista bem feminino para a tão conhecida lenda do Rei Arthur e dos Cavaleiros da Távola Redonda, que talvez ainda tenha como melhor representante no cinema e na tv EXCALIBUR, de John Boorman, que, aliás, deu até vontade de rever.

O grande problema das adaptações dessas histórias de Camelot é que o tempo sempre parece curto para contá-las, mesmo num filme como esse, de três horas de duração. No caso do filme de Boorman, eu lembro que era cheio de atropelos, ainda que muito bem realizado. O ideal seria uma série de televisão para abarcar todos os personagens e subtramas. Assim como MERLIN, outra produção para a tv, AS BRUMAS DE AVALON destaca o momento de transição entre o Cristianismo, a nova religião, e a lenta queda das crenças antigas, do culto à deusa-mãe.

Uma ousadia da obra é tornar uma personagem que geralmente é tida como uma vilã em protagonista inocente, a Morgana, irmã de Arthur. O filme também faz questão de apresentar gerações anteriores a Arthur e Morgana, seus pais e tia em papéis importantes. Destaque para a presença de atrizes de respeito como Joan Allen e Angelica Huston. Quem interpreta Morgana é Juliana Margulies, bastante conhecida por quem acompanhou a série E.R. Outros rostos conhecidos são os de Samantha Mathis, no papel de Guinevere, e Michael Vartan, como Sir Lancelot.

Talvez a cena de maior destaque no filme seja a de sexo a três entre Arthur, Lancelot e Guinevere. Pelo que me lembro, nas outras versões, Arthur descobre que está sendo chifrado e rejeita a esposa e o amigo. Algo do tipo. Em AS BRUMAS DE AVALON, Guinevere é uma chorona que fica pelos cantos, triste pelo fato de não poder gerar um filho. Enquanto isso, Arthur já tem um filho - gerado com a própria irmã – andando por aí. Mordred, o filho de Arthur com Morgana, parece uma figura trágica e moral, no sentido de ser um monstro gerado por uma relação incestuosa. E essa é apenas uma das questões em que a moral e a culpa cristãs se manifestam nesta obra, que termina de maneira bem curiosa.

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