sexta-feira, agosto 19, 2011

ONDE ESTÁ A FELICIDADE?



Há filmes que fazem a gente sair do cinema muito constrangido. ONDE ESTÁ A FELICIDADE? (2011) é um deles. A comédia, em geral, é um território muito mais complicado do que muitos pensam e como ela geralmente é bem recebida e é algo mais leve para o público que vê o cinema apenas como um passatempo, acabou virando um bom negócio, inclusive para o cinema brasileiro. E não dá para dizer que o filme de Carlos Alberto Riccelli com roteiro de sua esposa e atriz Bruna Lombardi não provoque alguns risos. Mas apesar de alguns momentos até divertidos, ao final da sessão a vontade que se tem de sair daquela sala o mais rápido possível não pode ser um bom sinal.

A segunda parceria de Riccelli e Bruna até que foi interessante. O SIGNO DA CIDADE (2007) é um filme-painel bem conduzido, embora tenha as suas falhas. Já este ONDE ESTÁ A FELICIDADE? apela para o humor fácil e Riccelli parece não ter timing para o gênero, mesmo tendo um bom ator como Bruno Garcia com experiência em comédia no papel do marido da personagem de Bruna. Na trama, ela flagra no computador um chat bem safado do marido com outra mulher. Isso é motivo para que ela entre em parafuso e veja a ideia de seguir o Caminho de Santiago de Compostela uma esperança para sua vida.

O caminho de Santiago já foi explorado em filmes mais nobres (A VIA LÁCTEA, de Luis Buñuel) e não deixa de ser bonito ver as belas paisagens da Espanha. Não à toa, o filme foi coproduzido com dinheiro espanhol e conta com alguns coadjuvantes do país de Almodóvar. A brincadeira em torno da onda new age não aparece apenas nas cenas de Bruna Lombardi, mas também em algumas sequências com Bruno Garcia, que no Brasil tenta com uma terapeuta alternativa um caminho para ser uma pessoa melhor e poder reconquistar a esposa. O que acaba gerando algumas boas piadas, envolvendo a região traseira do rapaz. Outra piada que também lida com o aspecto homofóbico aparece com o personagem de Marcello Airoldi. Claro que o filme sai de fininho no que se refere a qualquer brincadeira ofensiva, até porque quem acaba sendo alvo das piadas são os machistas. De qualquer maneira, quem não é nada exigente até que pode gostar do filme. Eu, do meu lado, desejo mais sorte ao casal Riccelli/Bruna no próximo trabalho.

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