domingo, agosto 21, 2011

O PODER E A LEI (The Lincoln Lawyer)



É impressionante como o atual circuito de cinema vem cada vez mais deixando de lado obras que em outras ocasiões teriam sido sucessos de público e objetos de grande repercussão. É o caso de O PODER E A LEI (2011), segundo filme do ainda desconhecido diretor Brad Furman, e que conta com um elenco excepcional e um enredo muito bem amarrado. O diretor cria um suspense de tribunal (e fora do tribunal também) que há muito não se via nos cinemas.

O PODER E A LEI já conquista o espectador a partir dos créditos iniciais retrôs e da canção que abre o filme, "Ain’t No Love in The Heart of the City", da Bobby Blue Band. Aliás, como têm feito falta os créditos de abertura. Atualmente os filmes já começam sem créditos, sem estabelecer um clima inicial, como se já esperasse falta de paciência do público. Os créditos de O PODER E A LEI nos remetem aos anos 1970, muito embora o filme se passe nos dias atuais. O protagonista vivido por Matthew McConaughey usa seu velho e luxuoso Ford Lincoln como escritório. Ele é um advogado "de porta de cadeia" separado, mas que mantém uma relação amistosa com a ex-esposa (Marisa Tomei), também advogada, mas de acusação.

A imagem do protagonista é a de um homem seguro de si, com o qual a plateia masculina gostaria de se identificar, ou que almeja ser, e que a plateia feminina deve gostar bastante. Cool sem parecer arrogante, já que demonstra afeto pela família despedaçada e consideração pelos seus parceiros, ele ainda conta com a malandragem das ruas para sobreviver. O caso principal do filme é o de um jovem rico (Ryan Phillippe) que é acusado de espancar uma prostituta. Ele alega inocência e quer contratar os serviços do advogado, mas as coisas complicam um bocado. Dizer mais pode estragar a bela trama, que ainda conta com uma participação bem especial de William H. Macy, como um detetive particular.

Sorte de quem pôde ou puder ver o filme no cinema, já que foi lançado com poucas cópias e já está saindo em dvd. A experiência de ver em conjunto esse thriller com um grupo de pessoas mais maduras é algo que dificilmente se tem podido experimentar na atual conjuntura. Ver esse filme no cinema é compartilhar os momentos em que a nossa respiração é suspensa nas diversas situações mais intensas. É também testemunhar o grande papel da carreira de Matthew McConaughey. Lembrando que um dos filmes que o colocou para o primeiro time de Hollywood foi TEMPO DE MATAR (1996), também no papel de um advogado. Em O PODER E A LEI, o ator teve a chance de pegar de volta o que é seu. E com muito mais estilo.

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