terça-feira, julho 12, 2011

CILADA.COM



O que dizer de CILADA.COM (2011)? Que o filme é um mal para o cinema brasileiro, com sua dramaturgia descartável e sua direção ruim? (Se é para usar o scope, como é que deixam cortar as cabeças dos atores?) Ou que o filme é um incentivo para o público jovem passar a frequentar os cinemas e servir como uma janela para o bom cinema? Pouco provável a segunda opção, mas não impossível. De qualquer maneira, o filme tem o seu atrativo. O trailer é engraçado e convidativo até para quem tem um pouco mais de exigência com esse cinema mais "televisivo".

CILADA.COM também é espaço para Bruno Mazzeo mostrar as suas habilidades como humorista a um público maior que o do seu programa no canal Multishow. Além do mais, o filme, num único fim de semana já conquistou o título de mais visto entre os brasileiros em 2011, ultrapassando a bilheteria de BRUNA SURFISTINHA. Não deixa de ser uma surpresa, afinal, não se trata de um filme com atores tão famosos, como era o caso do filme com a Deborah Secco, que ainda por cima tinha um forte apelo erótico. No caso de CILADA.COM, o aspecto sexual é só um meio para a construção das várias piadas do roteiro. (E BRUNA SURFISTINHA pode também ter espantado muita gente moralista justamente por causa do tema.)

A influência da comédia americana é evidente em CILADA.COM, mas o problema é que poderiam pelo menos construir personagens melhores. O mais frágil é, sem dúvida, o da namorada de Bruno, interpretada por Fernanda Paes Leme. A jovem atriz merecia uns diálogos melhores. Do jeito que ficou, eu fiquei constrangido por ela. No caso de Bruno Mazzeo e do elenco masculino, nem tanto. Até que funcionaram bem as cenas no escritório, principalmente as do começo do filme, quando descobrem o tal vídeo da ejaculação precoce que o tornará tão famoso quanto o "Pedro do chip".

Porém, uma vez explorada a melhor parte da história, a etapa seguinte, que passa a ser a construção de um novo vídeo para levantar a baixa moral do rapaz e a recuperação da namorada com a ajuda do Marconha (Sérgio Loroza), o filme vai perdendo a força, ganhando mais vulgaridade, até chegar naquele final de deixar o espectador envergonhado e se esquecer até dos bons momentos de risos do começo.

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