quarta-feira, junho 01, 2011

ENTERRADO VIVO (Buried)



Quando do lançamento nos cinemas, ENTERRADO VIVO (2010) foi muitas vezes comparado com 127 HORAS, de Danny Boyle, já que ambos os filmes mostram homens sozinhos em circunstâncias desesperadoras. E boa parte das pessoas que viram os dois trabalhos concordou que a coprodução Espanha-EUA-França de Rodrigo Cortés sai ganhando na comparação. Afinal, é um filme muito mais corajoso ao não oferecer alívio para o espectador através de flashbacks ou de uma introdução ao ar livre. ENTERRADO VIVO já começa no breu total.

Tudo bem que ser enterrado com um isqueiro, um celular e um canivete parece um joguinho estilo "Jogos Mortais", mas não deixa de ser um jogo bastante cruel, levando em consideração que seguimos a angústia do protagonista dentro de um caixão – ou pelo menos uma caixa, já que ele ainda consegue, com muita dificuldade se mover de um lado para outro – durante todo o filme.

Não dá para eu dizer que a experiência de estar "dentro de um caixão no cinema" seja a mesma que eu senti durante a cena de KILL BILL VOL. 2, já que infelizmente o filme não chegou aos cinemas locais e tive que optar por vê-lo em casa mesmo. Mas, por outro lado, como o filme de Cortés segue uma linha mais realista, sabemos que não basta um soco de poucos centímetros de distância do protagonista para ele sair daquele buraco.

Muito do sucesso do filme se deve à interpretação de Ryan Reynolds, que praticamente sozinho comanda este thriller sobre um motorista de caminhão que, ao levar suprimentos para os soldados americanos no Iraque, é alvejado pelo inimigo e colocado vivo dentro de um caixão. Essas informações são passadas aos poucos, através do celular dentro daquele ambiente que certamente deve incomodar muito a quem sofre de claustrofobia.

Daria para falar mais um pouco do que torna ENTERRADO VIVO muito superior ao filme de Boyle, mas provavelmente eu estaria estragando o final se eu o dissesse. O melhor a fazer é ver o filme com o mínimo de informações possível e acompanhar corajosamente o protagonista nessa jornada de agonia.

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