terça-feira, maio 10, 2011

VELOZES & FURIOSOS 5 – OPERAÇÃO RIO (Fast Five)



O Rio de Janeiro está cada vez mais presente nos filmes de Hollywood. Não é de hoje que isso acontece, mas creio que nunca ocorreu com tanta frequência. Além da animação RIO, lembremos que O INCRÍVEL HULK começou com uma sequência no morro carioca, assim como OS MERCENÁRIOS, de Sylvester Stallone. Deve ser influência de filmes como CIDADE DE DEUS e TROPA DE ELITE nos Estados Unidos. Mas sem querer desmerecer as produções gringas, as nossas, pelo menos essas duas citadas, são bem melhores do que os supracitados filmes americanos.

O caso de VELOZES & FURIOSOS 5 – OPERAÇÃO RIO (2011) é especial porque se trata de uma franquia até que bastante querida. Mesmo sendo bem irregular desde o primeiro filme, a cinessérie sempre teve o seu público, em geral a turma que gosta de carros envenenados e não liga muito para outros aspectos de um filme. Nem mesmo se a história é boa ou ruim. Na verdade, praticamente todas as histórias desses filmes são ruins. O que interessa aqui acaba sendo as sequências de ação. Quanto mais exageradas melhor. Mas a vantagem desses filmes é que as tais sequências são feitas com pouca utilização de computação gráfica, à moda antiga, dando às cenas de porrada um peso necessário para torná-las minimamente críveis e até empolgantes.

Com o tempo, há também uma espécie de vínculo que se cria com os personagens, por mais rasos que eles sejam. Se diretores e roteiristas mais competentes comandassem a série, a falta, por exemplo, da personagem de Michelle Rodriguez, que deu adeus em VELOZES E FURIOSOS 4 (2009), seria mais fortemente sentida. Do jeito que ficou, o sentimento de perda do personagem de Vin Diesel é quase nulo. Mas como se trata de um filme pra macho, esse negócio de sentimento deve ser só frescura.

Porém, há que se dar um crédito para o diretor Justin Lin. Não apenas por ele estar tendo um sucesso absurdo com esse filme nos Estados Unidos, mas por ter feito o que talvez seja o melhor da franquia. Trata-se de uma espécie de ONZE HOMENS E UM SEGREDO sem sutilezas. O grupo de George Clooney e Brad Pitt, por exemplo, jamais sairia arrastando um cofre cheio de dinheiro pelas ruas de uma grande cidade, sendo perseguido por um monte de carros da polícia. Mas os dois filmes guardam as suas similaridades, como o fato de ter aquele ar despretensioso e malandro.

E a malandragem combina com o cenário do Rio de Janeiro. Por mais que alguns diálogos fiquem toscos e o vilão seja português (Joaquim de Almeida), pelo menos uma das protagonistas, Jordana Brewster, por ter passado boa parte da infância no Brasil, fala fluentemente o nosso português. Jordana, aliás, emagreceu um pouco além do ponto e isso a deixou um pouco menos bela do que nos filmes anteriores.

Quanto ao duelo Vin Diesel versus Dwayne Johnson, não deixa de ser curioso, mas é tão bom quanto os mais vagabundos filmes policiais dos anos 80. Vale pelo duelo de titãs, mas decepciona e não convence. Talvez porque Johnson esteja muito canastrão e pouco à vontade no papel. Ou talvez porque ele estivesse apenas só se divertindo mesmo. Na trilha sonora, várias canções brasileiras, inclusive, uma do Marcelo D2 ("Desabafo/Deixa Eu Dizer").

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