quinta-feira, maio 19, 2011

PADRE (Priest)



Quando vi o trailer de PADRE (2011) pela primeira vez, fiquei logo cismado. Aquilo não podia ser bom. Mas aí apareceram alguns amigos dizendo que o filme era interessante, digno ou algo do tipo, e lá fui eu ver o dito cujo. Não posso dizer que não vejo algumas qualidades no mais recente trabalho de Scott Charles Stewart, diretor do também malhado LEGIÃO (2009). Mas no caso de PADRE, as melhores ideias são fruto de sua fonte original, os quadrinhos coreanos "Priest", de Min-Woo Hyung. O resultado é uma mistura de ficção científica com western, MAD MAX com BLADE RUNNER e vampiros monstruosos criados em computação gráfica que parecem saídos de videogames. Além disso, há um discurso sobre fé que até lembra um filme do ano passado de que eu gostei muito, O LIVRO DE ELI, que também conta com elementos semelhantes e se sai muitíssimo melhor no resultado final. Ambos os filmes trazem protagonistas movidos pela fé.

Mas o mais curioso de PADRE é a influência de RASTROS DE ÓDIO, de John Ford, coisa que eu não havia percebido quando vi o filme, mas que, lendo comentários de um grupo de amigos numa rede social, foi que percebi que era óbvio demais para não ter notado. Na trama, garota é raptada por vampiros e um padre (Paul Bettany) vai em busca da menina, nem que para isso tenha que matá-la, caso ela já esteja contaminada pelos sanguessugas. Ao lado dele, vai um interesse romântico da garota e que não aprova a ideia de matar a garota, não importa como ela esteja. Os dois seguem, mesmo sem a autorização da Igreja, que nesse futuro hipotético se tornou uma ditadura que prega, numa cidade em neon e separada do deserto, que "trair a Igreja é trair a Deus".

Há também outra personagem feminina importante para ajudar a compor o personagem de Bettany, vivida por Maggie Q, uma das melhores coisas do filme, mas que inevitavelmente lembra a Trinity de MATRIX, por sua indumentária e pelas sequências de ação. PADRE, como se pode ver, é essa salada de referências que até poderia render bem em outras mãos, mas que infelizmente não passa de mais um filme de ação genérico feito também com a intenção de capitalizar com cópias em 3D. Lamentável.

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