domingo, janeiro 23, 2011

O TURISTA (The Tourist)



Quando ouço falar que determinado filme é uma bomba ou que não vale o preço do ingresso ou o meu tempo, eu geralmente tenho que ver com meus próprios olhos, até porque a beleza está nos olhos de quem vê. O caso de O TURISTA (2010), primeira incursão em Hollywood do diretor alemão Florian Henckel von Donnersmarck, de A VIDA DOS OUTROS (2006), é especial. Digo isso porque assisti o filme numa sessão lotada e com um público popular, disposto a ver o filme pelos seus astros, Angelina Jolie e Johnny Depp. E ao final da sessão, todo mundo pareceu sair bem satisfeito, com direito a gritinhos de satisfação, como em finais de shows. Isso me incomodou um pouco, já que pra mim o filme, que tem menos de duas horas de duração, já estava interminável de tão desinteressante e bobo.

Sua indicação ao Globo de Ouro na categoria melhor filme (comédia ou musical) foi alvo de muita controvérsia entre a crítica e os cinéfilos em geral. Bom, o fato de ter um filme ruim entre os principais indicados ao Globo de Ouro não é nenhuma novidade. A novidade este ano é que quase todos naquela categoria eram fracos. Mas o que mais se comentava era o fato de O TURISTA não ser uma comédia. Mas, afinal, se não for uma comédia, é o quê? Um drama? Não, é uma comédia mesmo. Uma comédia sem graça, mas ainda assim uma comédia.

Faltou a von Donnersmarck (vai ser difícil decorar o nome desse sujeito, hein!?) habilidade no trato com a ação; faltou habilidade em criar um ritmo necessário para uma boa comédia de espionagem. Ele tinha nas mãos dois astros populares e capazes e não soube aproveitar. Uma pena para ele. Uma pena para quem gostaria de ver um entretenimento de qualidade, feito por um desses diretores europeus que chegam a Hollywood arrebentando. E não são poucos que fazem isso.

A trama básica já é conhecida de quem frequenta os cinemas e vê os trailers: homem (Depp) é confundido pela Scotland Yard e por um grupo de mafiosos com outro. Isso porque a personagem de Angelina Jolie obedece às instruções de conversar com um estranho num trem para Veneza, de modo que aqueles que a estavam espionando achassem se tratar do tal homem procurado. Inicia-se um jogo de gato e rato meio sem graça, ao mesmo tempo em que o casal de estranhos passa a gostar um do outro – e essa parte do filme é ainda mais frágil. Enfim, é filme para ver e esquecer.

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