sexta-feira, dezembro 03, 2010

SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO (Scott Pilgrim vs. the World)



Nem sei dizer os motivos porque não gostei da adaptação de SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO (2010) para o cinema. Quando penso no filme de Edgar Wright não vejo necessariamente nada de errado. Pra começar, Scott Pilgrim (Michael Cera), com suas camisetas dos Smashing Pumpkins, já seria suficiente para despertar a minha simpatia. Vi que Wright conseguiu intérpretes muito bons para os personagens (gostei particularmente de Mary Elizabeth Winsted – como não gostar dessa menina?), o visual é colorido, emula os quadrinhos através de quadros na tela, às vezes com os próprios desenhos de Bryan Lee O'Malley e não tem medo de ser fiel aos exageros contidos nas cenas de luta.

Quando estive em São Paulo, o filme era um dos que eu mais queria ver, até porque noticiaram na imprensa que não exibiriam em nenhuma outra cidade do Brasil. Logo, quis aproveitar a minha passagem pela "terra da garoa" para conferir o dito cujo, mesmo não sendo exatamente fã dos trabalhos de Edgar Wright, um dos diretores mais queridos dos críticos pop. Foi lendo com prazer ontem o segundo volume dos quadrinhos lançados pela Companhia das Letras que eu percebi mais ou menos os motivos de eu não ter gostado do filme. O que é gostoso e funciona em uma mídia não necessariamente pode o ser em outra, mesmo que feito da maneira mais eficiente e apaixonada possível. Por exemplo, toda aquela história dos "namorados do mal" de Ramona Flowers, que parece divertida nos quadrinhos, fica meio boba no filme. Por outro lado, as sequências com o amigo gay de Scott são bem divertidas.

SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO se utiliza com frequência da linguagem dos quadrinhos (e dos videogames) para contar uma história de amores juvenis e de brigas como nos videogames de máquinas de shopping center e parques de diversões. Os nomes dos personagens escritos na tela para apresentação e humor, bem como a montagem dinâmica e os cortes temporais, são exemplos dessa fusão de mídias. Aqueles que têm nostalgia dos videogames do passado podem ter mais um motivo para gostar do filme. Não é o meu caso. Também não é o meu caso gostar de vilões espalhafatosos (como os dos personagens de Jason Schwartzman e Brandon Routh). Mas sabem do que eu gostei bastante no filme e tinha até me esquecido? Da referência explícita a SEINFELD.

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