sexta-feira, junho 25, 2010

BRAVURA INDÔMITA (True Grit)



Acho que o tempo que mais acompanhei os trabalhos de Henry Hathaway foi quando eu ainda não tinha o hábito de baixar filmes da internet. Principalmente na primeira metade dos anos 2000, quando eu sempre checava a programação da semana das emissoras e botava o meu videocassete para funcionar durante a madrugada. Até hoje tenho guardado vários filmes gravados em fitas vhs, estragando num quarto que faz as vezes de porão, junto com livros, revistas, cacos e trecos. Evito até entrar lá, por causa da alergia à poeira. Acredito que o fim dessas fitas vai ser o lixo mesmo, já que a maioria dos filmes que eu gravei e ainda não vi, vou conseguir em cópia digital, ainda que em vhsrip.

Mas voltando a Henry Hathaway, o motivo de eu não ter dado mais tanta importância à obra dele se deve ao fato de eu ter preferido privilegiar outros cineastas. Agora posso me dar a esse luxo. O que até pode soar injusto para um dos melhores diretores do segundo escalão da "velha Hollywood". Meus planos antes de me decidir a ver BRAVURA INDÔMITA (1969) era ver outro filme. Que acabou não rolando por causa de um problema com as legendas. Aí me lembrei que o filme de Hathaway ganhará um remake dirigido pelos irmãos Coen e com Jeff Bridges no papel que foi de John Wayne. Foi então que resolvi quebrar o meu jejum de Hathaway e ainda ter o prazer de ver mais uma performance familiar e divertida do velho e bom John Wayne.

E velho é uma palavra bem comum no que se refere ao filme. É um título da "velha Hollywood", dirigido por um velho cineasta e protagonizado pelo maior caubói de todos os tempos: o velho John Wayne. No próprio filme, ele é sempre lembrado de sua idade e até do seu peso. Mas o legal é que tanto o ator quanto o personagem do xerife caolho (Rooster Cogburn) ainda fariam outro filme, chamado aqui no Brasil de JUSTICEIRO IMPLACÁVEL (1975) e dirigido por Stuart Millar. Quer dizer, John Wayne foi duro na queda. Fez filmes até mesmo quando estava muito doente e perto da morte (O ÚLTIMO PISTOLEIRO).

A trama é bastante simples e o filme não tem muitos floreios ou pretensões. Uma jovem resolve se vingar do assassino de seu pai, procurando alguém que se disponha a entrar em território indígena e aceitar a sua oferta em dinheiro. Um velho xerife caolho é o campeão em pegar foras-da-lei e levar para a forca. Um dos momentos mais interessantes e curiosos do filme é quando é mostrado a rotina de um enforcamento em praça pública. Crianças brincando em balanços, outras vendendo doces enquanto a multidão fica esperando a "diversão" do dia. É um momento em que o tão explorado enforcamento público ganha contornos mais interessantes nos westerns. A ação no filme demora praticamente uma hora para começar, mas quando começa chega a ser empolgante.

Outra curiosidade está no elenco, com a participação de Dennis Hopper e Robert Duvall no papel de vilões importantes da trama.

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