terça-feira, maio 25, 2010

LOST - A SEXTA TEMPORADA COMPLETA (Lost - The Complete Sixth Season)



E eis que uma das séries mais importantes da história da televisão chega ao seu fim. Por mais que se critique as escolhas dos roteiristas e os rumos que LOST tomou ao longo de suas seis temporadas, não dá para negar o impacto que ela teve, não apenas do ponto de vista da audiência, mas como ela foi essencial para a mudança dos hábitos de quem acompanha uma série de televisão. Claro que ainda há quem acompanhe via tv a cabo ou espere mais um tempo pela boa vontade da Rede Globo, mas o grosso dos fãs da série aderiram mesmo aos downloads. Nos dias de hoje não há espaço para esperas. Pra que esperar meses se eu posso ver hoje? LOST foi o carro-chefe nesse momento delicado e crítico da televisão. Mas não falemos de mídias ou audiências, falemos desse acontecimento tão esperado. Talvez tão esperado desde que a série começou. Quando todo mundo começava a se perguntar: como será que esses caras vão conseguir resolver tantas intrigas, subtramas, enrolações, personagens que vêm e vão, numa mistura de ficção científica, aventura, romance e elementos do surreal e do sobrenatural?

E a julgar pelos tropeços da terceira temporada, tudo indicava mesmo que Damon Lindelof e Carlton Cuse estavam numa sinuca de bico, realmente perdidos, como os seus personagens. E eis que começa a sexta temporada (2010). Na anterior, uma bomba havia sido detonada para matar a todos na década de 1970 e fazer com que todos os acontecimentos que levaram às tragédias deixassem de existir. Jack, o homem de ciência que se transformou no homem de fé depois da morte de Locke, acredita nisso com todas as suas forças. Mas nem sempre o que ele acredita está certo. Ele comete erros fatais. Sawyer, por exemplo, custaria a perdoá-lo, depois do que acontece com Juliet.

Engraçado como o final louco da quinta temporada, regado a muito melodrama, adianta o tom da temporada seguinte. Mas nada nos prepararia para as sequências no templo de um mestre japonês que parece saído de filmes de samurais. Novamente, fica a impressão de que a série perdeu seu rumo. Ilana, a nova personagem, é outra que desaparece tão rápido quanto aparece. Provavelmente por não ser suficientemente carismática. E isso acontece num momento que eles têm tanto o que explicar. O "samba do japonês doido" termina em alguns episódios, mas demora um pouco para que a série entre nos eixos e nos brinde com episódios realmente empolgantes, especialmente quando Desmond entra em cena novamente. Já falei aqui que Desmond é um dos meus personagens favoritos. Ele não é apenas "the constant", ele é o grande herói romântico da série. Na sexta temporada, ele se torna meio que um guia espiritual, um anjo. Aliás, lembrando bem, ele sempre desempenhou esse papel, não?

A mudança de idas e vindas no tempo mudou para 'acontecimentos na ilha' versus 'acontecimentos na realidade alternativa'. Felizmente, a tal realidade alternativa teve uma razão de existir, como se pôde ver no emocionante e belo episódio final. Que mostrou que, mais importante do que qualquer teoria louca sobre viagens no tempo ou fantasia mitológica, o foco da série são os relacionamentos. O final de LOST me fez sorrir de satisfação. Fiquei feliz ao ver novamente Shannon, Boone, Charlotte (que, aliás, estava linda), Daniel, Juliet. Como romântico que sou, gostei dos reencontros, dos beijos, dos abraços, das demonstrações de afeto, por mais cafona que seja a maneira como foram mostrados. Estamos nos despedindo de personagens que estiveram conosco por seis anos. O melhor a fazer é relevar certas coisas, abraçar as emoções e agradecer aos roteiristas por não estragarem o final de sua obra.

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