sexta-feira, maio 28, 2010

FÚRIA DE TITÃS (Clash of the Titans)



Definitivamente, filmes de fantasia têm me dado cada vez mais sono e desinteresse. Depois da trilogia O SENHOR DOS ANÉIS, nada me parece minimamente interessante. E olha que FÚRIA DE TITÃS (2010) lida com algo do meu interesse: a mitologia grega. E eu gostei de O INCRÍVEL HULK (2008), o trabalho anterior de Louis Leterrier. Resultado: acabei saindo logo no começo do filme, depois de lutar heroicamente contra as cochiladas, para comprar um daqueles pacotes de pipoca caríssimos que os cinemas UCI vendem. Mas até que ajudou. E como ultimamente eu andava sentindo náuseas e tontura quando comia pipoca - o desgraçado do meu (ex)-neurologista ficou rindo quando eu falei isso pra ele - e dessa vez, nada senti, foi muito bem vinda aquela pipoca, que ajudou a me manter acordado e até a achar o filme divertido.

Na verdade, é possível encontrar qualidades nesta refilmagem do clássico da sessão da tarde de 1981. Não há mais espaço para aquele stop-motion em filmes em live-action. Mesmo naquela época, os efeitos especiais já estavam um pouco datados. Mas o trabalho de Ray Harryhausen me deixava babando quando criança. Não me lembro se vi todo ou só partes desse filme de 81, mas me lembro com muito carinho que ficava espantado (no bom sentido) com os efeitos visuais dos filmes do Sinbad, que, ao lado dos de Jerry Lewis, eram os meus favoritos.

As principais qualidades do novo FÚRIA DE TITÃS - que eu comecei a falar no segundo parágrafo e não desenvolvi - estão no visual meio brega, que lembra os filmes de aventuras sessentistas - a luz das vestes de Zeus são o melhor exemplo disso - e no bom desempenho de Sam Worthington, que tem se tornado o novo action hero do cinema contemporâneo. O ator tem carisma e personalidade e praticamente leva o filme nas costas. Quer dizer, ele e a penca de efeitos digitais que constrói hárpias, uma medusa bem interessante que garante a melhor sequência do filme, escorpiões gigantes e aquele monstrão megagigante, o mascote de Hades (Ralph Fiennes, canastrão, mas perfeitamente coerente com o tom da obra).

Na trama, Perseu (Worthington), filho de Zeus com uma mortal, é criado por um pescador, mas depois da morte dos pais lidera um exército de homens que tomam a decisão de não mais adorar Zeus e resistir aos ataques de Hades, que pede a vida de Andrômeda (Alexa Davalos), a mais bela mulher da Terra, como sacrifício. Tudo parece acontecer rápida e desajeitadamente, mas pelo menos passa rápido.

É filme para ver, comer pipoca, comentar com o amigo ao lado alguma presepada que aparece na tela, comer mais pipoca e esquecer no caminho de volta pra casa.

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