sexta-feira, abril 30, 2010

A HORA DO PESADELO (A Nightmare on Elm Street)






















Nunca fui muito fã de Freddy Krueger. A maioria de seus filmes eu vi na adolescência, na televisão, e tenho pouca lembrança deles. Costumava confundir os eventos do original com as continuações e não tenho certeza se cheguei a ver todos os filmes completos. Cheguei a ver dois da franquia no cinema: PESADELO FINAL: A MORTE DE FREDDY (1991), o sexto da série, com direito àqueles óculos 3D de papelão a serem usados em determinada cena; e o metalinguístico e inteligente O NOVO PESADELO (1994). Com a vinda do remake, programado para estrear em breve, senti vontade de rever o primeiro filme, A HORA DO PESADELO (1984), o maior sucesso comercial da carreira de Wes Craven, rendendo seis sequências e um crossover com o Jason Voorhees em 2003. E se SEXTA-FEIRA 13 já ganhou o seu (bem sucedido) remake, era inevitável que eu alguém quisesse trazer de volta o velho Freddy.

Rever o primeiro filme com outros olhos, com um maior distanciamento da época, fez com que eu analisasse o filme com certa frieza. E com frequência com admiração. Por mais que os diálogos sejam quase infantis e haja clichês em abundância, mesmo para a época, é uma obra que prima pela originalidade. A ideia de uma criatura monstruosa que perturba as pessoas através dos sonhos e que pode matar dentro do plano físico não deixa de ser ousada. E Wes Craven mostra que Freddy não está para brincadeira logo nos primeiros vinte e poucos minutos de filme. A morte da primeira vítima chega a ser impressionante, pela originalidade e pela sanguinolência. E também por lembrar alguns filmes de possessão demoníaca.

A partir de então, a jovem Nancy (Heather Langenkamp) sabe que não pode dormir, sob o risco de ser assassinada pelo maníaco dos sonhos. Incompreendida pelos adultos, que jamais acreditariam numa história tão absurda, ela logo depois descobre quem é o maníaco. Alguns momentos da aparição de Freddy são bem marcantes, como aquele em que ele aparece os braços esticados, ou quando sua língua lambe a orelha de Nancy através de um aparelho de telefone, ou quando suas garras de metal sobem pela banheira. A HORA DO PESADELO também marca uma das primeiras participações de Johnny Depp no cinema. Durante a apreciação, o que eu mais queria saber era como Nancy pegaria o Freddy. Não engoli direito a solução, mas para um filme que tem os sonhos como principal tema, não temos mesmo que buscar lógica em tudo.

P.S.: Chico Fireman publicou em seu blog um ranking dos 10 melhores filmes baseados em HQs. A votação foi feita a partir de convite pelo twitter e contou com dez votantes. Como fui um dos dez, seguem meus votos: 1. MARCAS DA VIOLÊNCIA, de David Cronenberg; 2. SUPERMAN - O FILME, de Richard Donner; 3. OLDBOY, de Chan-wook Park; 4. HULK, de Ang Lee; 5. ICHI - O ASSASSINO, de Takashi Miike; 6. BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS, de Christopher Nolan; 7. UZUMAKI, de Higuchinsky; 8. WATCHMEN, de Zack Snyder; 9. MUNDO CÃO, de Terry Zwigoff; 10. BATMAN - O RETORNO, de Tim Burton.

Nenhum comentário: