terça-feira, dezembro 29, 2009

PARIS























Dizer que PARIS (2008) é um filme irregular talvez até seja um elogio. Na verdade, trata-se de um filme-painel que definitivamente não deu certo, já que a maioria das tramas são bem desinteressantes. E mesmo as melhores histórias, como as dos personagens de Juliette Binoche, Mélanie Laurent, Romain Duris e Fabrice Luchini, são frágeis e com poucos momentos bons. Os atores que os interpretam esforçam-se para fazer a diferença. Confesso que a possibilidade de ver novamente Mélanie Laurent, depois de sua brilhante presença em BASTARDOS INGLÓRIOS, foi um dos motivos de eu querer ver este filme do mesmo diretor de ALBERGUE ESPANHOL (2002), Cédric Klapisch.

Outro motivo mais do que válido para comparecer ao cinema para ver PARIS é a presença de Juliette Binoche. Com Juliette, foi amor à primeira vista. Desde que a vi em A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER, na aurora de minha cinefilia, que eu fiquei encantado com a atriz. Lá se vão vinte anos. Ela já não é apenas um rostinho bonito. É mais do que isso, uma grande atriz. Lembro que quando vi CÓDIGO DESCONHECIDO, de Michael Haneke, a cada momento em que ela aparecia, o filme crescia exponencialmente no meu grau de interesse. Em geral, não gosto muito quando ela faz filmes nos Estados Unidos. Talvez a exceção seja PALAVRAS DE AMOR e, claro, A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER, que eu já citei, mas que tem características de cinema europeu.

Romain Duris meio que reprisa o papel que fez em outro filme de título semelhante - EM PARIS, de Christophe Honoré. No filme de Klapisch, ele é um rapaz que descobre que tem um sério problema cardíaco. Precisa de um transplante urgente. E a operação ainda é bem arriscada. Nesse inferno pessoal, o que mais lhe dá calma é olhar da janela de seu apartamento para as pessoas desconhecidas nas ruas e ficar imaginando como são suas vidas. Sua irmã, vivida por Juliette Binoche, é mãe de dois filhos, mas que tem problemas de autoestima. Vive sozinha cuidando das crianças e acredita que sua vida sentimental já acabou, agora que chegou aos quarenta. Fabrice Luchine é um professor de História de meia idade que se apaixona por uma jovem aluna (Mélanie Laurent). A paixão faz com que ele se sinta um adolescente, fazendo coisas bobas, como mandar mensagens anônimas para o celular da moça.

Há outras tramas bem desinteressantes e aborrecidas, como a dos homens que trabalham na feira ou do irmão do professor. Algumas parecem ter sido cortadas sem dó nem piedade, como a dos imigrantes africanos. Entre tramas mornas e outras totalmente sem graça, fica na memória o striptease descontraído e encantador de Binoche.

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