quinta-feira, julho 23, 2009

ELLIE PARKER























Um dos filmes mais importantes da carreira de Naomi Watts, ELLIE PARKER (2005) serve como cartão de visitas para exibir o talento da atriz. Inicialmente um curta-metragem em 16 mm produzido em 2001, o filme foi estendido para a duração de 95 minutos depois que Naomi Watts se tornou uma estrela bem requisitada em Hollywood, após o sucesso de CIDADE DOS SONHOS, de David Lynch. Inclusive, o filme foi rodado durante as filmagens de O CHAMADO 2. ELLIE PARKER é também um filme que, devido ao próprio enredo e temática, tornou-se essencial para estudantes de artes cênicas, ao mostrar a rotina de uma jovem atriz querendo se inserir no mercado, enfrentando uma série de obstáculos e ameaçando a própria sanidade mental.

Também é um filme fundamental para quem é fã da obra-prima de David Lynch que revelou para o mundo o talento de Naomi. Afinal, em ambos os filmes ela interpreta uma atriz iniciante, entre outros pontos em comum. Mas é em ELLIE PARKER, do amigo e também ator Scott Coffey, que se pode ver as várias facetas de interpretação da atriz. O filme mostra o quão louca pode ser a vida de uma atriz, tendo que lidar com sentimentos que não são seus para incorporar personagens distintos e ainda arranjar tempo para cuidar dos problemas pessoais. Muitas vezes, uma atriz, para fazer os testes, precisa entregar uma interpretação visceral a fim de impressionar os contratantes. Deve-se entregar totalmente ao papel, chorar e se descabelar se necessário, para depois levantar do chão, dar um sorriso para parecer simpática e ir embora, esperando ser contratada.

Há muitas tomadas dentro do carro, lugar que serve para se preparar para os testes como também para se maquiar e até trocar de roupa, mesmo com o carro em movimento. Isso serve para mostrar o esforço que a aspirante a atriz faz para atingir os seus objetivos, tentando superar as frustrações que vão até o limite da desistência. E é o que deve ocorrer com a maioria dos atores e atrizes que tentam a carreira em Hollywood. No fim, eles acabam desistindo e arranjando um emprego "normal", já que não dá pra ficar passando fome.

Uma das características do filme é o seu caráter semidocumental, com a utilização de câmera digital, o que acentua ainda mais esse aspecto. O fato de o diretor ter optado por um estilo mais cru de filmagem – até para manter a aparência do curta original - é totalmente condizente com a proposta do filme, que também faz uma crítica ácida aos pretensiosos diretores independentes, mostrados como idiotas e/ou drogados. Muito bom o papel de Chevy Chase como um agente meio decadente.

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