quarta-feira, junho 24, 2009

MINHAS ADORÁVEIS EX-NAMORADAS (Ghosts of Girlfriends Past)



"Um Conto de Natal", de Charles Dickens, já rendeu muitas adaptações para o cinema e para a televisão no mundo todo. Inclusive até o pato mais sovina dos quadrinhos, o Tio Patinhas, já foi o protagonista. MINHAS ADORÁVEIS EX-NAMORADAS (2009) é mais uma e o título brasileiro não é tão feliz quanto o original, que enfatiza a fonte original de inspiração para o longa de Mark Waters, que tem no currículo dois belos filmes: MENINAS MALVADAS (2004) e E SE FOSSE VERDADE (2005). Infelizmente, o cineasta não repete a excelência desses dois trabalhos no novo filme, que parece sofrer uma influência de CLICK, aquela comédia com o Adam Sandler que fez tanta gente chorar no final. Uma das razões para eu não gostar do filme é o protagonista. Não sei porque eu não vou muito com a cara do Matthew McConaughey. E nem é porque eu nunca aprendo a escrever o sobrenome dele. Ele até faz um tipo cínico conveniente com o personagem, mas acredito que falta ao astro maior carisma. Será que ele faz tanto sucesso assim com o público feminino a ponto de protagonizar tantos filmes comerciais? Para os fãs de Jennifer "ALIAS" Garner, o filme é uma chance de vê-la fazendo um papel simpático, embora esteja longe de ser tão adorável como deveria. E talvez nem seja culpa dela, mas do filme mesmo, em especial do roteiro, que é meio óbvio e bobo demais, feito pela mesma dupla de SURPRESAS DO AMOR (2008).

Li uma vez no blog do Sergio Alpendre sobre os limites de tolerância para a pieguice. E eu sou daqueles não muito exigentes. Até gosto de um bom filme carregado nas tintas. Mas quando o trabalho é mal feito, fica difícil gostar, embora tenha percebido que várias pessoas, especialmente mulheres, choraram em determinadas partes do filme. Talvez se eu tivesse visto o filme em outro momento, minha reação fosse diferente, mas duvido muito. Na verdade, eu já nem sou tão fã assim do conto (ou novela) de Charles Dickens, que li na faculdade, no original, e achei bem chatinho. Felizmente li outras coisas de Dickens que me ajudaram a ficar com uma imagem melhor dele em minha mente. A adaptação do conto se dá de maneira até inteligente: McConaughey faz o papel de um sujeito que tem a fama de ser mulherengo e de sempre no final dar um pé na bunda das moças sem a menor piedade. No dia do casamento de seu irmão mais novo, ele recebe uma visita do fantasma do tio falecido (Michael Douglas) que avisa que ele será visitado por três fantasmas. A primeira fantasma o leva para o passado, quando ele vê sob outra perspectiva os erros que cometeu e o quanto Jenny, a personagem de Jennifer Garner, foi importante para ele desde a infância. As outras duas fantasmas vão mostrar o seu presente e o seu futuro.

O filme é declaradamente moralista, o que não chega a ser nenhuma surpresa ou demérito, tendo em vista a fonte. O problema é que falta aquele tempero mágico que transforma coisas aparentemente bobas em algo especial. O próprio tema seria um prato cheio para muita gente, afinal, quantas vezes não desejamos mudar algo em nossa vida? Consertar burradas que cometemos? Mas por uma série de motivos já mais ou menos mencionados, o filme naufraga em suas intenções. Pelo menos comigo falhou. Curiosamente, o projeto inicialmente era para ter sido protagonizado por Ben Affleck. Acabou que foi parar, depois de anos engavetado, nas mãos de sua atual esposa.

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