sábado, setembro 13, 2008

FEAR ITSELF - EATER



Impressionante como Stuart Gordon consegue se ajustar perfeitamente às condições que lhe são oferecidas e ainda assim oferecer um ótimo trabalho. Ele é provalvemente o cineasta que melhor soube aproveitar a pouca duração das séries de tevê que trabalhou, sabendo condensar ou ajustar da melhor maneira possível a trama ao tempo e ainda assim imprimir um grau de terror elevado, além de ter a coragem de colocar cenas fortes numa série de tv aberta. Em MASTERS OF HORROR, ele prestou tributo a dois mestres dos contos de terror: H.P.Lovecraft com DREAMS IN THE WITCH-HOUSE (2005) e Edgar Allan Poe com THE BLACK CAT (2007). E vendo recentemente outros trabalhos do cineasta, começo a acreditar que ele é um dos diretores mais subestimados, até mesmo pelos fãs dos filmes de horror, que sempre o colocam abaixo da importância de um George Romero ou um John Carpenter. E talvez Gordon seja tão bom quanto eles, além de ter o título inquestionável de melhor especialista em adaptações de Lovecraft para o cinema. Sem falar que ele se utilizou de um roteiro de David Mamet e fez aquela maravilha que é SUBMUNDO (2005). E injustamente nunca vi nenhum filme de Gordon sendo lançado comercialmente nos cinemas. É tudo direto para vídeo e olhe lá!

EATER (2008), dirigido por ele, é, até agora, o melhor dos episódios de FEAR ITSELF que eu pude ver e acho difícil encontrar outro que rivalize com esse excelente conto de um serial killer canibal que é capturado pela polícia e aterroriza os policiais responsáveis em ficar com ele durante a noite na prisão. Além de canibal e de lembrar um pouco Joey Ramone, o tal maníaco, é também detentor de conhecimentos de magia negra, através de rituais indígenas. Dizer mais da trama pode estragar as surpresas do pequeno filme. O legal é que, diferente de outros episódios anteriores, como IN SICKNESS AND IN HEALTH, de John Landis, e SPOOKED, de Brad Anderson, o prólogo do filme de Gordon não chega a empolgar. É a partir de seu desenvolvimento e depois dos créditos iniciais que o filme diz de verdade a que veio e vai criando uma atmosfera cada vez mais opressiva e aterrorizante. Eu já me tornei fã de Gordon e vou tentar ver outros filmes dele para confirmar a excelência do trabalho do cineasta, a começar pela versão do diretor de DO ALÉM (1986), que há tempos eu devo a mim mesmo uma conferida.

E aproveitando que eu não tenho muito mais a comentar sobre EATER, falemos um pouco, nesse último parágrafo, da volta de boa parte das séries de tv que eu acompanho, nesse mês de setembro. PRISON BREAK, uma série que parecia durar no máximo duas temporadas, conseguiu chegar a uma quarta, embora eu acredite que dessa não passe. Se na primeira e na terceira temporadas, Michael Scofield estava encarcerado e lutando para sair da cadeia e na segunda havia um jogo de gato e rato fora da prisão, essa quarta temporada parece mais uma série de homens numa missão. A série começou com uma série de falhas, mas continua descaregando mais adrenalina que 24 HORAS faz tempo. E que bom poder olhar de novo para a beleza de Sarah Wayne Callies. Já ENTOURAGE é garantia de diversão fácil. Difícil não gostar das aventuras de Vince e cia em Hollywood. Dessa vez, ele tem que lidar com o fracasso retumbante do filme "Medellin" e dar a volta por cima. Não que ele tenha ficado triste com isso e deixado de pegar as mulheres mais bonitas do planeta. Na próxima encarnação, eu quero ser que nem o Vince. Quanto a DEXTER, o primeiro episódio vazou na internet antes da estréia na tv americana e deu pra ter um gostinho e uma idéia do que pode acontecer nessa terceira temporada, que já dá sinais de cansaço, mas que ainda assim agrada. Esse é o meu problema com as séries. Só se elas se tornarem muito ruins mesmo (caso de NIP/TUCK e HEROES) para que eu desista delas, pois eu me apego facilmente a bons personagens. Falta estrear ainda THE OFFICE. E acho que vou continuar vendo FRINGE também.

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