segunda-feira, fevereiro 04, 2008

HOUSE - PRIMEIRA TEMPORADA (House M.D. - Season One)



No começo achava HOUSE muito repetitivo. Mas depois eu vi que aquilo era uma estratégia para tornar o espectador familiarizado com a série, com a rotina daqueles médicos especializados em encontrar diagnósticos de doenças difíceis de diagnosticar. Assim, quando algo foge dessa rotina, a gente se sente um pouco abalado. E isso funciona, já que lá pelo final da temporada é que as coisas vão começando a ameaçar uma mudança e fatos importantes da vida dos personagens, especialmente do Dr. Gregory House (Hugh Laurie), o chefe da equipe, são revelados. Dr. House é uma pessoa sarcástica e fechada, que toma a todo instante pílulas para dor que ele sente numa perna. Ele anda sempre com uma bengala e é obcecado pelo seu trabalho, até porque ele não tem vida pessoal. Alguma coisa que aconteceu no passado fez com que ele se fechasse para os relacionamentos. Seu amigo mais próximo é o oncologista Dr. James Wilson. Que não faz parte da equipe de trabalho de House, mas que trabalha no mesmo hospital e sempre está ali para conversar com o amigo. O fato de o Dr. Wilson ser interpretado por Robert Sean Leonard faz com que eu simpatize ainda mais com o personagem, pelo fato de ele ter feito na juventude um dos papéis-chave de um dos meus filmes favoritos - SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS. Dentro da equipe de trabalho temos também um jovem australiano, Dr. Chase, um especialista em neurologia, Dr. Eric Foreman, e uma médica lindíssima, Dra. Allison Cameron (Jennifer Morrison).

Aos poucos, vamos nos acostumando à estrutura da série. Que sempre começa com uma cena fora do hospital, onde um futuro paciente se encontrará em dificuldades. O início, aliás, copia A SETE PALMOS, que sempre começava com a morte de uma pessoa. Mas HOUSE ainda tem a vantagem de mostrar esse prólogo antes dos créditos, o que dá ao espectador, ao ouvir aquela música-tema do Massive Attack, um sentimento de empolgação e de amor pela série que só tende a aumentar à medida que vemos mais episódios. Depois, acompanhamos o processo de descobrimento do mal do paciente. Como os casos encaminhados para eles são casos difíceis de diagnosticar, o trabalho deles é como de detetives, chegando até a procurar alguma coisa na casa do paciente ou no local do acidente que possa oferecer alguma pista para a solução do caso.

No começo, achava que a série não ia me fazer muito bem, já que sou um pouco hipocondríaco, tanto que comecei a ver a série bem devagar, mas depois, quando o drama dos personagens passa a ser mais importante que o drama dos pacientes, passei a ver os episódios com mais velocidade e mais voracidade. A primeira temporada (2004-2005) traz dois episódios dirigidos pelo Bryan Singer, que é o produtor executivo da série. Por isso eu costumo dizer que a melhor coisa que Singer já fez foi produzir essa série, não foi ter feito nenhum filme de super-herói ou qualquer outro. Até porque filme nenhum seria capaz de dar uma dimensão tão profunda a um personagem, no caso o Dr. House, principalmente por não ter o tempo de duração de uma série. E HOUSE é uma série de muitos episódios. A primeira temporada tem 22 e diria que todos os casos clínicos apresentados são bem interessantes. Claro que alguns casos se destacam mais. Eu diria que o caso apresentado no piloto é um dos melhores.

A série toma um outro rumo quando surge uma espécie de "vilão", interpretado por Chi McBride, que já fez o papel de um diretor de escola na série BOSTON PUBLIC. Em HOUSE, ele é o bilionário Edward Vogler, um sujeito que doou milhões para o hospital, sentindo-se, assim, dono do lugar. E ele não vai com a cara e com os métodos pouco ortodoxos do Dr. House. E por isso passa a atormentá-lo. Mas o que eu mais gostei mesmo foi do desenvolvimento da relação existente entre House e a adorável Cameron, que é tão linda e meiga que dá vontade de levar pra casa. Por isso, o episódio que mais me tocou foi "Role Model", no qual House tem que fazer um discurso de apresentação de uma medicação de Vogler se não quiser que um membro de sua equipe seja demitido. O final é de cortar o coração. Mas mais emoções estariam por vir, principalmente durante os três ótimos episódios finais. E acredito que a segunda temporada promete, já que um novo elemento estará presente para apimentar o caldo.

Agradecimentos ao amigo Zezão, que me emprestou a primeira temporada completa e que prometeu que vai emprestar a segunda também. :-)