terça-feira, outubro 02, 2007

O VIDENTE (Next)



O final pode até ter sido um pouco frustrante pra mim, deixando a impressão de que o filme ficou inacabado, mas O VIDENTE (2007) manteve o meu interesse até o final, sem jamais me aborrecer. Até porque estórias envolvendo previsões futurísticas me interessam bastante. Na trama, Nicolas Cage é um homem que é capaz de prever o que acontecerá nos próximos dois minutos. Ele usa sua capacidade fora do comum para ganhar dinheiro nos cassinos e trabalhar como mágico. Só que um dia ele é flagrado pelos guardas de segurança do cassino. E no mesmo dia, agentes do FBI já estavam de olho nele, querendo que ele ajude a resolver o problema de uma bomba atômica roubada. A responsável pela investigação é a personagem de Juliane Moore, um pouco apagada no filme. A outra mulher da estória é mais importante: Jessica Biel, a mulher por quem o vidente se apaixona, antes mesmo de tê-la conhecido pessoalmente.

Um dos maiores trunfos de O VIDENTE está no seu ritmo. A cena de Cage fugindo dos guardas no cassino é divertidíssima, bem como as seqüências de ação envolvendo a fuga dos agentes do FBI e um dos momentos finais, quando ele se "divide" em vários para prever a ação dos inimigos. Mas O VIDENTE é também um filme de amor e tanto o feioso Nicolas Cage quanto a bela Jessica Biel são simpáticos ao espectador. Por mais que o vidente esteja longe de ser uma pessoa normal, a cena dele na lanchonete, tentando imaginar um jeito de conseguir falar com aquela mulher o coloca mais próximo de nós. Pra completar, é quase possível ouvir a alteração na sua freqüência cardíaca no momento em que Jessica surge de toalha na sua frente.

Adaptação de "Golden Man", estória de Philip K. Dick, o filme foi ganhando ares de estória de amor graças a Nicolas Cage. Pela vontade do diretor Lee Tamahori, O VIDENTE se concentraria mais na ação. O que não seria de todo ruim, mas do jeito que ficou, o filme ganhou um ar mais humano. Apesar de acertar de vez em quando, o neo-zelandês Lee Tamahori nunca conseguiu repetir em Hollywood a excelência de O AMOR E A FÚRIA (1994), feito em sua terra natal e obra que o revelou para o mundo. Dos seus trabalhos americanos, o melhor talvez seja NA TEIA DA ARANHA (2001), com Morgan Freeman. Quanto aO VIDENTE, é mais um filme que eu não entendo porque está sendo malhado de forma quase unânime pela crítica. Tudo bem que a gente sente um certo desleixo na direção, na narrativa, mas esse desleixo acaba contribuindo para a sensação de despretensão que soma pontos a favor do filme. E é assim que deve ser visto O VIDENTE: 98 minutos de diversão despretensiosa.

Nenhum comentário: