quinta-feira, maio 31, 2007

SUNSHINE - ALERTA SOLAR (Sunshine)



Uma pena que SUNSHINE - ALERTA SOLAR (2007) tenha saído em poucas cópias no Brasil e tenha recebido pouco espaço da mídia. O filme tem ficado pouco tempo em cartaz, mesmo em cidades grandes. Acredito que ver esse filme na tela pequena diminui muito do prazer de ver na telona. O impacto de ver o Sol, as naves e o espaço sideral na telona não tem preço. Interessante notar que o cinema de ficção científica, especialmente os que se passam dentro de naves espaciais, anda bastante sumido de nossas salas. Não sou entusiasta do gênero, mas de vez em quando sinto falta de filmes desse tipo. Os títulos que o longa de Danny Boyle guarda mais lembrança são 2001 - UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO, de Stanley Kubrick; O ENIGMA DO HORIZONTE, de Paul Anderson; e ALIEN - O OITAVO PASSAGEIRO, de Ridley Scott. Mas é com o filme de Kubrick que SUNSHINE anda recebendo mais comparações, guardadas as devidas proporções. Isso se dá devido, principalmente, ao andamento lento de ambos e pela semelhança com o computador que monitora a nave, representado em ambos por uma voz suave.

Entre os rostos mais conhecidos do filme, temos o estranho Cillian Murphy, a bela Rose Byrne (que está no elenco de EXTERMÍNIO 2), Chris Evans (o Tocha Humana dos filmes do Quarteto Fantástico) e Michelle Yeoh, que vive revezando produções de Hong Kong com produções made in Hollywood. Lembrando que SUNSHINE não foi produzido nos Estados Unidos, é um filme independente de orçamento generoso produzido na Inglaterra.

Na trama, uma nave, a Icarus II, tripulada por seis homens e duas mulheres, tem a missão de jogar no centro do Sol uma gigantesca bomba nuclear para reavivar o astro-rei, prestes a morrer. Essa é a única chance de a Terra - vivendo num inverno permanente - sobreviver. Para isso, os tripulantes precisam agir como heróis, perdendo até mesmo suas vidas se necessário para salvar o planeta. O maior medo deles é não conseguir chegar ao seu destino, já que a primeira nave Icarus desapareceu sem cumprir a sua meta. Até chegar lá, ficamos com um fascinante visual, diálogos poucos mas bem escritos, o sentimento de solidão diante da imensidão do espaço, e o medo da morte, que se manifesta nos sonhos dos tripulantes - há o sonho recorrendo de eles sendo queimados vivos ao chegarem no Sol. O único ponto negativo do filme acontece no final, quando surge um clímax bem lugar comum e que estraga um pouco o resultado. Por causa desse clímax, SUNSHINE perde a chance de ser um grande filme.

Ainda assim, é o melhor e mais maduro filme de Danny Boyle, cineasta que começou muito bem, com o thriller COVA RASA (1994), mas que foi perdendo a força nos trabalhos seguintes. O roteirista de SUNSHINE é o mesmo Alex Garland que trabalhou com Boyle em EXTERMÍNIO (2002) e em A PRAIA (2000). Boyle não tem uma marca reconhecível nos seus trabalhos - o que seria sinal de falta de autoralidade - nem tem regularidade, mas depois de SUNSHINE, ele ganhou uma nova chance comigo.

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