terça-feira, fevereiro 27, 2007

HAPPY FEET - O PINGÜIM (Happy Feet)



Um dia antes de assistir a cerimônia do Oscar desse ano, pude assistir, via divx, o vencedor na categoria "melhor animação". Quando HAPPY FEET - O PINGÜIM (2006) estreou não me interessei muito, já que não sou muito atraído por desenhos musicais. Depois de ler uma série de comentários positivos a respeito do filme que fui começando a me interessar.

George Miller já havia demonstrado um incrível talento ao dirigir e/ou produzir filmes com animais nos ótimos BABE, O PORQUINHO ATRAPALHADO (1995) e sua continuação em tons sombrios BABE, O PORQUINHO ATRAPALHADO NA CIDADE (1998). Dessa vez, ele optou por um registro mais suave, infantil e com uma moral da estória mais apropriada para os nossos tempos, de preocupação com o meio ambiente. E talvez esse seja o principal problema do filme para os espectadores adultos.

A primeira meia hora é perfeita, focando principalmente na idéia do "seja você mesmo" e de mostrar as diferenças como algo positivo. Meio parecido com Babe, que era um porquinho que queria agir como um cão pastor. No caso do pingüim imperador do filme, ele não consegue cantar como os demais pingüins, mas tem uma incrível habilidade de sapatear e dançar. Uma habilidade que não é muito bem recebida pelos pingüins mais tradicionalistas, que veem isso como uma aberração. O filme vai mudando de tom e de mensagem à medida que o pingüim vai se afastando de sua comunidade e conhecendo novos horizontes. Ele conhece, por exemplo, um grupo de pingüins menores e mais expansivos, numa clara referência aos mexicanos.

No fim das contas, no terceiro ato, HAPPY FEET já parece outro filme, quando a mensagem ecologista vai ganhando cada vez mais espaço até se tornar o principal interesse. Inclusive, as premiações tanto para HAPPY FEET quanto para o documentário UMA VERDADE INCONVENIENTE, na festa do Oscar, foram bem coerentes.

O principal mérito do filme está em seu aspecto técnico, impecável. Há momentos em que a animação simula travellings e movimentos de câmera, como se houvesse mesmo toda uma equipe técnica de super-produção como gruas e todos esses equipamentos de grande porte. As cenas musicais também impressionam, mas a maioria das canções são versões de músicas conhecidas, como "If you leave me now", do Chicago, "Hello", de Lionel Ritchie, "Kiss", de Prince, "Golden Slumbers", dos Beatles, e "Somebody to Love", do Queen. Podem até reclamar de falta de originalidade e de chupar de MOULIN ROUGE, mas o resultado é sempre dos mais agradáveis.

Participam nas vozes dos pingüins: Elijah Wood, Brittany Murphy, Hugh Jackman, Nicole Kidman, Hugo Weaving e Robin Williamns, que dubla três personagens.

P.S.: Recebi ontem a nova Paisà. Os principais destaques do mês são a retrospectiva de 2006 e a entrevista com a Tata Amaral. Pena que o nojento do carteiro dobrou a revista no meio pra caber na caixinha do correio. Aí a minha revista ficou amassada, ficando ruim até de folhear. Mal chegou, a revista já está velha. Da próxima vez que esse indivíduo voltar lá em casa pra entregar alguma carta, jogo-lhe uma panela de água quente na cabeça pra ver se ele não faz de novo essa burrada.

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