quinta-feira, dezembro 14, 2006

JESUS - A HISTÓRIA DO NASCIMENTO (The Nativity Story)



Se depender de filmes como JESUS - A HISTÓRIA DO NASCIMENTO (2006), a moda de se fazer filmes bíblicos não vai voltar a vingar tão cedo. Além de não ter recebido boas críticas, o filme ainda está sendo um fracasso de bilheteria. Nos cinemas daqui, depois de ter entrado em cartaz na maior sala do multiplex UCI da cidade, na segunda semana já havia migrado pra uma sala pequenininha e com apenas uma única sessão diária. Quem estava apostando no sucesso do filme, esperando que o mesmo ficasse em cartaz até perto do natal, deve ter se decepcionado bastante. Pelo visto, o natal vai continuar sendo sinônimo de filmes de fantasia, que o diga o tal ERAGON, que tem a maior cara de bomba e que vai chegar no natal desse ano. Uma pena, pois eu preferiria ver grandes produções contando as histórias de Josué, Jó, Jonas, Davi, Elias.

O que me deixou curioso para assistir JESUS - A HISTÓRIA DO NASCIMENTO foi o fato de uma diretora ligada a assuntos da juventude ser a principal envolvida no projeto. Catherine Hardwicke tinha em seu currículo como diretora os filmes AOS TREZE (2003) e OS REIS DE DOGTOWN (2005). A principal novidade da incursão de Hardwicke no território dos filmes bíblicos está no fato de pela primeira vez - creio eu - vermos uma Maria adolescente. Dizem que Maria, quando engravidou de Jesus, tinha mais ou menos 16 anos de idade. Para o papel da mãe de Jesus foi escolhida Keisha Castle-Hughes, a jovem atriz que foi revelada no emocionante ENCANTADORA DE BALEIAS (2003). Houve até uma polêmica em torno da atriz, pelo fato de ela ter engravidado recentemente e por causa disso ela não foi convidada para a première do filme no Vaticano - ela não era casada. O filme foi o primeiro a ter a sua première mundial na terra do Papa.

Fui assistir com o meu sobrinho de doze anos. Não sei se ele chegou a gostar do filme e fiquei até surpreso quando apareceram os Reis Magos e ele os reconheceu. Já sabia da história, então. Os Reis Magos representam o lado cômico do filme. Bom, ao menos, eles tentam soar engraçados. Eles são apresentados como sujeitos simpáticos e que sempre ficam tirando brincadeiras um com o outro. Eu sempre achei muito curiosa essa participação de magos na história do nascimento de Jesus, tendo em vista a Lei de Moisés e o Cristianismo não verem com bons olhos a magia e a astrologia. Não deixa de ser uma irônica contradição. No mais, o filme pode ser visto como uma dessas sessões da tarde que dão sono, com poucas novidades a oferecer e quase nenhum momento realmente emocionante, apesar da música tentar forçar isso.

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