segunda-feira, dezembro 11, 2006

ADRENALINA (Crank)



Acho que eu nunca saí do cinema com tanta vontade de correr, pular ou dançar quanto no último sábado, depois da sessão de ADRENALINA (2006), thriller de ação non-stop totalmente demente. É o filme que pode colocar Jason Statham no rol dos grandes heróis dos filmes de ação. Para confirmar isso, basta ele começar a fazer filmes mais sérios também. Na trama de ADRENALINA, Statham é um assassino de aluguel que é envenenado pela máfia. Em suas veias está um composto sintético chinês que o mata aos poucos. A única chance de adiar a sua morte é elevando a adrenalina ao máximo. Assim, ele procura as mais variadas formas de manter o coração pulsando aceleradamente. Cheira cocaína, injeta adrenalina artificial, arranja briga com gângsters, transa em público, entra com carro e tudo dentro do shopping, entre outras coisas. A ação do filme é praticamente ininterrupta com pouquíssimas pausas para respirar. ADRENALINA apresenta os noventa minutos mais alucinados que eu já vi, até mais que os filmes das Panteras do McG. Talvez o único filme recente que se aproxima de ADRENALINA seja NO RASTRO DA BALA, de Wayne Kramer.

Há violência gráfica mas ela é cartunesca, não chega a chocar a audiência. Ao contrário, tudo é muito engraçado e divertido. Os diretores, os estreantes Mark Neveldine e Brian Taylor, utilizam os mais diversos recursos para tornar o seu filme ágil, como se fosse uma versão simplificada e mais próxima dos videogames de CORRA, LOLA, CORRA. Pode-se dizer que o filme também é derivado do estilo elétrico de seriados como 24 HORAS e PRISON BREAK, que lidam com prazos absurdos a cumprir. Entre os inúmeros recursos utilizados, há a propaganda explícita do Google Earth, a câmera subjetiva, os caracteres escritos na tela estilo Tarantino, variações de velocidade de câmera e de textura na fotografia. A presença de Amy Smart como a namorada de Statham é um dos destaques do filme, principalmente na cena dos dois fazendo sexo em praça pública ou na cena do blowjob dentro do carro.

Claro que não faltam detratores para o filme. Quem não curte o senso de humor do filme e acha que cinema é só roteiro, com certeza vai odiar ADRENALINA. Neveldine e Taylor em nenhum momento tentam disfarçar o fato de que aquilo ali é um filme B de ação que não se leva muito a sério. O humor negro faz piada até com os árabes, como na cena em que Statham toma o veículo de um taxista e o joga para a multidão furiosa dizendo que ele é do Al-Kaeda. Pra completar, depois de tanta ação e diversão, o final não decepciona.

Depois dessa descarga de energia, quando saí do cinema, estava pronto pra fazer qualquer outra coisa. Mas como estava sozinho e sem destino, acabei vendo um segundo filme no Dragão do Mar, não sem antes passar na locadora para alugar uns DVDs de SEINFELD, comprar as mais recentes edições de Demolidor e Marvel Max e comer pastel com Coca-cola.

P.S.: Não deixem de ler o divertido texto que o Diogenes escreveu para o filme em seu blog.

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