quarta-feira, agosto 23, 2006

TRÊS POLICIAIS



Bom, na verdade, nem sei se dá pra chamar esse filmes de "policiais", já que a polícia não é elemento importante nos filmes. O que talvez mais se aproxime de um policial é SENTINELA (2006), que mostra agentes da lei (Serviço Secreto). Em BEIJOS E TIROS (2005), temos a figura de um policial, mas que tem importância secundária na trama. Já NEM TUDO É O QUE PARECE (2004) é um filme de gângster sub-Tarantino. Mas como é tudo filme com tiroteio, então tá valendo. Hoje os comentários vão ser curtos e grossos.

SENTINELA (The Sentinel)

A idéia era capitalizar em cima de 24 HORAS, trazendo Kiether Sutherland em papel semelhante a Jack Bauer. Inclusive, corre o risco de Sutherland ficar preso ao papel pra sempre. E o engraçado é que Sutherland nem é o protagonista do filme e sim Michael Douglas, mas foi ele quem chamou mais a atenção do público. Quanto a SENTINELA, logo que a gente fica sabendo que a direção é de Clark Johnson, do fraco S.W.A.T. (2003), já dá pra esperar pouca coisa. Na trama, Douglas é um agente do serviço secreto que tem um caso com a Primeira Dama, interpretada por Kim Basinger. Ele precisa fugir quando é confundido com um traidor do Governo dos EUA. Pela sinopse, até que poderia ser um filme cheio de suspense e com um belo jogo de gato e rato, como O FUGITIVO, mas o filme é frio e sem graça. Qualquer episódio de 24 HORAS é melhor.

BEIJOS E TIROS (Kiss Kiss, Bang Bang)

A melhor coisa na estréia de Shane Black na direção chama-se Michelle Monaghan. Isso mesmo, a moça que fez par romântico com Tom Cruise em MISSÃO: IMPOSSÍVEL 3 mostra que está sendo subaproveitada nos poucos filmes em que apareceu. Em BEIJOS E TIROS, ela teve a chance de mostrar todo o seu brilho. A menina é bonita, é talentosa e tem muito sex appeal. A cena dela na cama com o Robert Downey Jr. já justifica o filme inteiro. Além do mais, apesar de ser o terceiro nome a aparecer nos créditos, acredito que ela permaneça em cena mais tempo que o Val Kilmer, que também está muito bem no papel de um policial gay. Kilmer ainda estava bem gordo, por causa dos quilos que ele ganhou para fazer ALEXANDRE, de Oliver Stone. Mas quem tem mais espaço para brilhar no filme é mesmo Downey Jr., que continua com seus problemas com drogas e vive em tratamento. BEIJOS E TIROS tem vários momentos divertidos e funciona tanto como comédia quanto como film noir, o que já era meio que uma característica da série MÁQUINA MORTÍFERA, criação de Black. Elementos de metalinguagem na narração em off de Downey Jr dão ao filme um charme extra. Mas se o filme não tivesse a Michelle não teria metade da graça, hein.

NEM TUDO É O QUE PARECE (Layer Cake)

Minha esperança era de que, com a direção de outra pessoa, o estilo sub-tarantinesco de Guy Ritchie não seria explorado. Pode-se até dizer que NEM TUDO É O QUE PARECE é melhor que SNATCH (2000), mas o mesmo número exagerado de personagens faz com que a gente se aborreça com o filme. Dirigido por Matthew Vaughn, produtor de SNATCH, NEM TUDO É O QUE PARECE tem os seus bons momentos e a performance de Daniel Craig é muito boa. Gosto da seqüência dos créditos iniciais, ao som de "She sells sanctuary" da banda The Cult. Até me fez ficar a fim de ouvir de novo o disco, que está entre os desprezados da minha coleção. Aliás, o uso da música no filme é bem interessante. Se eu não me engano, numa seqüência violenta, toca "Ordinary World", do Duran Duran, com algumas paradas-surpresa. O chato mesmo é a trama cheia de novos nomes aparecendo, personagens que a gente não dá a mínima e uma vontade de parecer estiloso a todo custo. Não é qualquer um que pode ser um Tarantino. O DVD nacional está muito bom, em widescreen (2,35:1), comentários em áudio legendados em português, making of e entrevistas com os realizadores. Não que eu tenha tido paciência de ver isso tudo.

Agradecimentos ao amigo Zezão, que me emprestou os DVDs de BEIJOS E TIROS e de NEM TUDO É O QUE PARECE.

P.S.: Começou a temporada de grandes séries nos EUA. Já baixei e assisti o primeiro episódio da segunda temporada de PRISON BREAK, uma das séries mais legais que eu já tive o prazer de assistir. Fora isso, também estou vendo aos poucos a terceira temporada da excelente A SETE PALMOS, bem como episódios da série animada MONSTER.

P.P.S.: Tem coluna nova no CCR: o preconceito com gêneros cinematográficos.

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