domingo, junho 18, 2006

BOLEIROS 2 - VENCEDORES E VENCIDOS



No jogo de hoje, Brasil x Austrália, Fred entrou faltando poucos minutos para acabar o jogo e, mal entrou, fez logo um gol. Para a alegria da enorme torcida brasileira, com sede de gols. Em BOLEIROS - VENCEDORES E VENCIDOS (2006), aparece uma história parecida, só que com um final bem menos feliz. O novo filme de Ugo Giorgetti pode não ter as mesmas boas estórias de BOLEIROS - ERA UMA VEZ O FUTEBOL (1998), mas há muitos bons momentos. Esse que eu citei acima é um deles, a história de Barbosa (Duda Mamberti), o assistente de técnico que sonhava em se tornar técnico de futebol.

O grupo de amigos freqüentadores do bar do Aurélio reaparece nesse segundo filme. É sempre bom conferir mais uma vez o talento de craques como Adriano Stuart e Flávio Migliaccio, além de outras gratas presenças, como Sócrates, Otávio Augusto, Sílvio Luiz, Cássio Gabus Mendes, Lima Duarte, Fulvio Stefanini, Denise Fraga. Há também o ator revelação Paulo Miklos no papel de empresário canalha e a presença da eterna Tiazinha Suzana Alves. Eu já tinha percebido, vendo uma cena da moça na mini-série MANDRAKE, que ela é mais do que um corpinho bonito.

Entre as melhores estórias do filme, destaco a de Nestor, o homem que supostamente teria retornado depois de dar um chá de sumiço durante anos, quando partiu para jogar no México. O sujeito que aparece está muito diferente do Nestor que a mulher e os amigos conheciam. Pra completar, ele não está de posse de nenhum documento. A mulher o leva, então, para ver Naldinho (Flávio Migliaccio), seu amigo no passado. Quem sabe ele o reconheça. O desenrolar desse episódio é dos mais divertidos.

Há uma crítica às mudanças, à modernidade, logo no início do filme, quando Migliaccio reclama das inovações que o bar está promovendo. O bar está sendo reinaugurado e está com um novo sócio, Marquinhos (José Trassi), o herói do penta, possivelmente, representando Ronaldo. Dos vários personagens do filme, não entendi o que representariam aquele casal de ladrões de carteira. Mas no geral, é um filme bastante agradável de se ver, embora falte episódios tão bons quanto àquele do Paulinho Majestade, do primeiro BOLEIROS. Aquele, sim, foi de arrepiar.

P.S.: Não deixem de comprar o livro "Ugo Giorgetti - O Sonho Intacto", de Rosane Pavam. Faz parte daquela série de livros baratinhos lançados pela Imprensa Oficial. Dessa coleção, comprei também os de Carlos Reichenbach, Anselmo Duarte e Guilherme de Almeida Prado. E, mais recentemente, também comprei a coletânea de críticas de Jairo Ferreira.