sexta-feira, março 24, 2006

SUICIDE CLUB (Jisatsu Saakuru / Suicide Circle)

 

Eu ia falar sobre esse filme numa resenha para o Cineprojeto 365, mas a turma acabou esfriando e o projeto está novamente na geladeira. Sabendo que, depois de tanto tempo que eu vi o filme, não faria mesmo nenhum texto inspirado ou digno de entrar no site, aqui estou eu fazendo mais um de meus textinhos superficiais para o blog. É mais um exercício de memória que de vez em quando eu me dou ao trabalho de fazer para dar conta dos vários filmes que vejo. Claro que antes eu preciso dar uma lida nuns textos sobre o filme a fim de refrescar minha memória. 

O meu interesse por SUICIDE CLUB (2002), de Shion Sono, veio desde as pequenas notas presentes nas primeiras edições da Cine Monstro. A premissa do filme em si é das mais interessantes: grupo de colegiais japonesas cometem suicídio coletivo numa estação de metrô. As meninas, todas sorridentes, se dão as mãos e na hora que o metrô passa, todas se jogam na frente. O filme exagera de propósito no sangue, que banha todo o transporte, fazendo com que todos os passageiros fiquem aterrorizados. O evento repercute na mídia e alguns jovens, inspirados no que aconteceu, acabam fazendo o mesmo. Pena que o filme vai ficando com a trama cada vez mais complicada e traz um final que não faz jus ao início instigante. Ainda assim, vale a pena ser conferido, principalmente por quem curte a estranheza das obras pop japonesas. E também pra quem curte gore, claro. Tem uma cena em que uma mulher vai cortando seus próprios dedos e encharcando a casa toda de sangue. O ator que faz o detetive é Ryo Ishibashi, rosto conhecido de filmes como AUDITION, de Takashi Miike, e BROTHER, de Takeshi Kitano. 

Curiosamente, o Japão tem mesmo um histórico de suicídio bastante expressivo. Li num texto sobre o filme que em 2000 33.000 japoneses cometeram suicídio. Os japoneses, inclusive, já tem tradição de suicídio desde os tempos dos samurais, que se matavam por honra. Era preferível morrer a viver desonrado. Mas a situação nos dias de hoje é bastante diferente. Talvez o problema do suicíio hoje tenha mais a ver com o isolamento e com a incapacidade de algumas pessoas de conseguirem se adaptar à sociedade. A cultura pop no filme é vista como superficial e decadente e uma das causas da onda do suicídio. Mas ao mesmo tempo, são as canções pop que trazem letras que oferecem uma solução para o problema.

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