terça-feira, janeiro 24, 2006

PARCEIROS DA MORTE (The Deadly Companions)

 

Depois de obter sucesso dirigindo produções para a televisão, Sam Peckinpah conseguiu prestígio suficiente para dirigir o seu primeiro longa-metragem para o cinema: PARCEIROS DA MORTE (1961). E o homem já começou muito bem. Não foi uma estréia tão chapante quanto a de Fuller, que atacou logo um MATEI JESSE JAMES, mas PARCEIROS DA MORTE é desses filmes a que a gente começa a assistir e não quer mais parar. Ainda não tinha a violência que ficou famosa com MEU ÓDIO SERÁ TUA HERANÇA (1969). Na verdade, acho que Peckinpah ficou estigmatizado com esse negócio de violência. Como se todos os seus filmes fossem parecidos. O que não é verdade. O próprio Peckinpah tentou não se repetir, fazendo um filme lírico como A MORTE NÃO MANDA RECADO (1970) - o título brasileiro engana. 

PARCEIROS DA MORTE mostra uma mulher (Maureen O'Hara, famosa por sua participação em alguns filmes de John Ford) lutando contra o preconceito numa cidadezinha. Ela havia perdido o marido num ataque de apaches e quando se muda para outra cidade com seu filho, todos acham que ela é mãe solteira. O fato de ela trabalhar como dançarina num saloon não ajuda muito. Do outro lado, temos um homem (Brian Keith) obcecado por vingança. Ele se une a dois foras-da-lei (Steve Cochran e Chill Wills) para assaltar um banco. O problema é que um outro grupo de pistoleiros chega primeiro ao banco e, durante o tiroteio, Keith mata acidentalmente o filho de Maureen. A maior parte do filme mostra os quatro personagens seguindo uma trilha para enterrrar a criança, tendo que passar por um deserto, sob o risco de ser atacado por apaches. 

O filme já antecipa aquela melancolia que seria melhor trabalhada em filmes como A MORTE NÃO MANDA RECADO e PAT GARRET & BILLY THE KID (1973). Achei que a questão da vingança do protagonista não ficou muito bem resolvida. Seu motivo pareceu pouco para justificar o comportamento dele. 

O DVD foi lançado recentemente pela Aurora. Pena que a imagem (em fullscreen) não é das melhores. Mas na falta de outra opção é mais do que bem vindo.

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