sexta-feira, dezembro 16, 2005

TESS - UMA LIÇÃO DE VIDA (Tess)

 

Problema de saúde é sempre algo que deixa a gente deprimido, ainda mais quando ficamos arrasados fisicamente. Ontem pela manhã tive uma convulsão violenta no trabalho e acordei em pleno IJF, o principal hospital de emergência da cidade. Isso nunca tinha acontecido comigo, exceto por uma vez em menor escala, quando eu era criança. Vai ver é algum defeito de fabricação, mas acho que meus neurônios devem ter ficado cansados de minhas noites mal dormidas. Notava que eu sempre me sentia meio estranho quando dormia pouco. Dessa vez havia chegado em casa de madrugada e ainda perdi o sono, que só chegou perto das quatro da manhã. O resultado é que agora estou com os músculos do corpo totalmente doloridos por causa dos espasmos. Espero estar bem até domingo, para tentar ao menos assistir KING KONG. 

Pra não deixar o blog parado, falemos de TESS (1979), de Roman Polanski, que aqui ganhou esse subtítulo ridículo na edição em DVD que saiu nas bancas. A boa notícia é que, além de a imagem estar bonita e vir em scope, há ainda um documentário de mais de uma hora dirigido pelo expert Laurent Bouzereau. Não achei tão gostoso de ver quanto os docs que vêm nos DVDs do Hitchcock, mas deve ser porque o filme de Polanski não é tão especial assim. Ainda assim, há momentos bastante interessantes no making of. Como se trata de um filme de época, tem os detalhes de a equipe precisar tirar antenas para as filmagens ou mesmo de cobrir com areia as estradas asfaltadas. A alemã Nastassja Kinski inicialmente não foi muito bem aceita para interpretar o papel de inglesa, mas ela se saiu tão bem que depois ninguém teve coragem de reclamar. Antes de TESS, ela havia trabalhado em filmes de Wim Wenders e Alberto Lattuada. 

No geral, achei o filme um pouco cansativo. São quase três horas narradas de maneira bem lenta. Nada contra esse tipo de filme, mas Polanski não alcançou um grau de emoção necessário para tornar o filme especial. Ficou parecendo um sub-David Lean. Recentemente, Polanski dirigiu OLIVER TWIST (2005) em homenagem a seu filho, fã do romance de Charles Dickens. TESS foi dedicado a sua falecida esposa Sharon Tate, que apreciava o livro de Thomas Hardy. 

Na trama, Tess é uma jovem que é enviada para a mansão de uma família rica a fim de reclamar a herança que seu pai preguiçoso acha que lhe é devido. Ela não é levada a sério, mas é aceita como empregada da fazenda, trabalhando na agricultura. Devido à sua beleza, Tess é seduzida por um dos fidalgos, mas acaba deixando o lugar depois de se descobrir grávida. O filme melhora na meia-hora final, ganhando mais ritmo com uma série de acontecimentos importantes na vida da moça. Um detalhe interessante é que TESS é um filme essencialmente de cores mortas e a cena do vestido vermelho no final acaba se destacando muito das demais. 

P.S.: Chegou aqui em casa o meu exemplar da revista Paisà!! Gostei muito!

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